sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Homem despido com pombinha branca
Do meu sapatinho deste ano destaco a ediçao "final cut" do filme Blade Runner. A caixa é linda, a nova versão tem imagem e som imaculados, o Vangelis já ganhou patine e nem soa pires, o "making of" é mega interessante e os bloopers com a pombinha são hilariantes.
Porque é que não se faz mais FC deste calibre?
Tenham um bom ano novo.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
18 de Janeiro
Os gajos da caravana têm finalmente um concerto lisboeta agendado - 18 de Janeiro no Music Box, ao Cais do Sodré.
Espera-se que até lá já haja merchandising - umas impressões das minhas ilustrações, numeradas e assinadas.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Prenda de Natal para os leitores do blog
Para quem quiser, basta clicar na foto para ter uma versão grande, capaz de preencher com muito estilo o fundo do ecrã do vosso computador. E se alguém perguntar de quem é, vocês respondem que é de quem vos ama.
(Se preferirem, a versão a cores original está disponível no myspace dos Guys from the Caravan)
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
As Capas
Hoje em Massamá estive numa gráfica onde são impressos livros para três grandes editoras (e mais algumas). A olhar para pilhas e pilhas de livros fresquinhos e feios tive uma epifania. O que me irrita em muitas capas de livros é quando passam a ser panfletos publicitários. Como gente que se vestisse de roupa feia com as etiquetas de nomes de marcas sonantes de fora a justificar o horror.
Prémio não sei quê, não sei quantos mil exemplares, fulano achou isto o máximo, traduzido para uma data de línguas, autor também escreveu o outro livro, mais o logo lindo da editora em tamanho gigante...ah sim, e o título e o nome do autor. E atrás das letras pode estar um boneco a tornar a leitura mais difícil.
Prémio não sei quê, não sei quantos mil exemplares, fulano achou isto o máximo, traduzido para uma data de línguas, autor também escreveu o outro livro, mais o logo lindo da editora em tamanho gigante...ah sim, e o título e o nome do autor. E atrás das letras pode estar um boneco a tornar a leitura mais difícil.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Massamá
Em 1996 trabalhei em Massamá. O meu primeiro emprego, ou pelo menos o primeiro digno desse nome. Durou até me despedir. Lembro-me que andava a ler as crónicas de Thomas Covenant, the unbeliever. Ao almoço comprava uma sande e ia para um jardim ler. Era um bom escape.
Hoje voltei a Massamá a trabalho, para ver um livro a ser impresso.
Foi bom ver que as árvores de Massamá cresceram e que algumas quase conseguem tapar os prédios.
Os prédios de Massamá lembram-me as pilhas de energia humana do Matrix. Há ali qualquer coisa que me drena a energia toda.
Hoje voltei a Massamá a trabalho, para ver um livro a ser impresso.
Foi bom ver que as árvores de Massamá cresceram e que algumas quase conseguem tapar os prédios.
Os prédios de Massamá lembram-me as pilhas de energia humana do Matrix. Há ali qualquer coisa que me drena a energia toda.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Compras de Natal
Há muito tempo que não me desgraçava tanto na livraria, principalmente a comprar livros em português.
Hoje abri a bolsa para três excitantes clássicos incontornáveis da literatura, finalmente bem traduzidos para português.
O "Kalevala", numa edição linda da esclarecida Saída de Emergência
"O vento nos Salgueiros", numa edição linda da Tinta da China
e "Pedro Páramo" numa edição feia da Cavalo de Ferro. Mas pronto, o livro é tão bom que se lhe perdoa a capa...
Hoje abri a bolsa para três excitantes clássicos incontornáveis da literatura, finalmente bem traduzidos para português.
O "Kalevala", numa edição linda da esclarecida Saída de Emergência
"O vento nos Salgueiros", numa edição linda da Tinta da China
e "Pedro Páramo" numa edição feia da Cavalo de Ferro. Mas pronto, o livro é tão bom que se lhe perdoa a capa...
Ladrão de corações
Só ontem é que vi Breaking and Entering, um filme do Anthony Mingela (o paciente inglês) que passou um pouco despercebido nas salas de cinema em 2006. É uma pena. É um filme excelente e a Juliete Binoche tem (mais) um ponto alto da sua carreira. Aliás todos os actores vão muito bem incluindo (quem diria!) o Jude Law.
O trailer tenta vender um outro filme. Curiosas estas tacticas de venda. Quem quiser ver o filme do trailer vai ficar muito desapontado quando vir a coisa em si. Os outros correm o risco de descobrir uma rara pérola.
Bonitos créditos finais ao som dos Sigur Rós.
O trailer tenta vender um outro filme. Curiosas estas tacticas de venda. Quem quiser ver o filme do trailer vai ficar muito desapontado quando vir a coisa em si. Os outros correm o risco de descobrir uma rara pérola.
Bonitos créditos finais ao som dos Sigur Rós.
domingo, 2 de dezembro de 2007
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Agora em grande
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
iTunes U - A cornucópia do saber
Estou completamente fascinado pela nova secção da loja iTunes, o iTunes U, onde uma série de universidades americanas disponibilizam gratuitamente sob a forma de pod casts video ou audio diversos cursos, seminários, conferências, debates e concertos.
Analisar e escrever argumentos de jogos de video? São 23 aulas na Universidade Vanderbilt
Ouvir uma conversa de Leonard Cohen com o Philip Glass? É na universidade de Stanford
Tudo o que é preciso saber sobre Heidegger? É um semestre em Berkeley
E que tal grandes interpretações de concertos clássicos pelos alunos de Yale? Ou as composições originais de alunos da Seattle Pacific University?
E poemas de autores contemporâneos lidos e analisados à hora de almoço em Berkley?
Da mecânica quantica à analise do impacto económico da Starbucks. É o admirável mundo contemporâneo e a universidade completamente aberta.
terça-feira, 27 de novembro de 2007
O mestre da montanha
"Se a arte não for um remédio para a sociedade, é um veneno"
Alejandro Jodorowsky é principalmente conhecido em Portugal como argumentista de BD, responsável por marcos tão incontornáveis dessa arte como as séries do Incal (desenhada por Moebius), Cara de Lua (desenhada por Buoq) ou A casta dos Metabarões (desenhada por Juan Jiménez). No entanto a sua actividade artística começou no teatro e no cinema e, para alegria e deleite dos seus fãs, ficou recentemente disponível em DVD o filme "The Holy Mountain" de 1973.
Ver um filme feito no preciso ano em que nasci impôe-me claramente um perspectiva histórico-cultural, mas este filme chegou-me aos olhos como uma das obras cinematográficas mais estimulantes que vi em toda a minha vida.
É certo que se acham muitos pontos de contacto com Pasolini, Fellini e outros similares dessa safra dos anos 70 até ao David Lynch dos anos 80/90 (com quem, aliás, Jodorowsky trabalhou em "Dune"), mas o que o destaca enquanto autor e torna o "esquecimento" da sua obra cinematográfica numa tremenda injustiça é a capacidade de tecer as suas cenas de surrealismo delirante (e visualmente visionárias (perdoem o pleonasmo)) numa narrativa coerente e singularmente lúcida. Principalmente porque é um contador de histórias visuais que não atrasa a narrativa por se apaixonar pelas suas próprias imagens (o pecado fatal de muito realizador português). Toda a pirotecnia visual acontece derivada de um propósito narrativo. Nada é gratuito, percebemos no final.
"The Holy mountain" é daqueles filmes que não se acredita que existam até se ver com os próprio olhos. Mas a sua maior qualidade, e o que torna suportável e relevante toda a violência, escatologia, profanidade e bizarria, é uma profunda, intensa e sensível humanidade. Vejam. Pelo menos garanto que não se irão aborrecer.
Sobre Jodorowsky
O curioso texto de Jodorowsky: "Como fazer cinema, em 11 lições"
Edição DVD americana
Edição DVD inglesa
Alejandro Jodorowsky é principalmente conhecido em Portugal como argumentista de BD, responsável por marcos tão incontornáveis dessa arte como as séries do Incal (desenhada por Moebius), Cara de Lua (desenhada por Buoq) ou A casta dos Metabarões (desenhada por Juan Jiménez). No entanto a sua actividade artística começou no teatro e no cinema e, para alegria e deleite dos seus fãs, ficou recentemente disponível em DVD o filme "The Holy Mountain" de 1973.
Ver um filme feito no preciso ano em que nasci impôe-me claramente um perspectiva histórico-cultural, mas este filme chegou-me aos olhos como uma das obras cinematográficas mais estimulantes que vi em toda a minha vida.
É certo que se acham muitos pontos de contacto com Pasolini, Fellini e outros similares dessa safra dos anos 70 até ao David Lynch dos anos 80/90 (com quem, aliás, Jodorowsky trabalhou em "Dune"), mas o que o destaca enquanto autor e torna o "esquecimento" da sua obra cinematográfica numa tremenda injustiça é a capacidade de tecer as suas cenas de surrealismo delirante (e visualmente visionárias (perdoem o pleonasmo)) numa narrativa coerente e singularmente lúcida. Principalmente porque é um contador de histórias visuais que não atrasa a narrativa por se apaixonar pelas suas próprias imagens (o pecado fatal de muito realizador português). Toda a pirotecnia visual acontece derivada de um propósito narrativo. Nada é gratuito, percebemos no final.
"The Holy mountain" é daqueles filmes que não se acredita que existam até se ver com os próprio olhos. Mas a sua maior qualidade, e o que torna suportável e relevante toda a violência, escatologia, profanidade e bizarria, é uma profunda, intensa e sensível humanidade. Vejam. Pelo menos garanto que não se irão aborrecer.
Sobre Jodorowsky
O curioso texto de Jodorowsky: "Como fazer cinema, em 11 lições"
Edição DVD americana
Edição DVD inglesa
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Ena!
Isto é daquelas coisas que não se deve fazer, mas não resisto. Chegou ao meu email uma antevisão das ilustrações da Manuela Bacelar para um livro sobre uma menina que tem dois pais. O meu coraçãozinho derreteu-se todo. Quando souber mais pormenores sobre titulo, editora e data de publicação, aviso. E quando me derem autorização, ponho aqui as imagens maiores, que são lindas.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Espectáculo imperdível
O espectáculo "A barca de Veneza para Pádua" deveria ter acabado no passado Domingo mas continua em cena. A razão: muito justificada enchente de público para ver uma obra rara e de rara qualidade. Uma "quase-ópera" renascentista (madrigais entremeados de representação, que naquela altura ainda não havia o conceito ópera) encenada num misto comedia del arte com novo circo. Emocionante, divertida, inspiradora e inspirada.
Teatro da Comuna às 22h - Telefonem para o 961345181 ou 919076996 para informações e reservas.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
irrealidade palpável
Andam aí pelos jornais uns críticos idiotas a dizer que a versão a três dimensões do Beowulf não acrescenta grande coisa ao filme. É o mesmo que dizer que o bolinho dispensa a cereja por cima.
Há muitos anos que não sentia esta pura alegria infantil de ir ao cinema. O que eu gosto daqueles óculinhos!
E eu sei que sou suspeito para falar porque qualquer coisa com homens nus e dragões me agrada... mas o filme é mesmo genial!
PS: Em Lisboa a versão com óculinhos passa no Alvaláxia, e no Centro Comercial Vasco da Gama.
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Teorema
O número de links ao youtube num blog é inversamente proporcional ao número de ideias na cabeça do bloguista (ou blogueador?)
domingo, 11 de novembro de 2007
Ainda há muito de novo debaixo do Sol
Até ontem eu só conhecia o Joselito... afinal havia também a Marisol!
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Damien Hirst + Marilyn Monroe + David Bowie + Elton John = Kylie Minogue
Caramba, é o cocktail visual do ano! Até o segundo fato me lembra o Dune.
O meu ano com os The Mary Onettes
Ok, é definitivamente a minha banda revelação do ano. Não porque revelem nada de novo mas porque soam a 1987. Pronto. É a nostalgia da juventude assumida.
Também gosto muito deste teledisco. É o que é, e mai nada. Não há história, não há pose popstar, só boa fotografia e boa montagem.
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
domingo, 28 de outubro de 2007
Trovador
Ontem fui ao concerto do Mark Kozelek no Santiago Alquimista.
O homem entra em palco com um ar de Ogre que consegue sempre comprar roupa em saldo (sobram sempre camisas XL e sapatos 47). Pega na guitarra e insulta a banda que tocou antes por lhe ter estragado o som. Ri-se do mau inglês do publico. Prolonga as canções por eternidades que desafiam o bocejo do fã mais ferrenho ou acaba-as como quem ouviu o telefone a tocar e corre a atender.
E no entanto... uma platéia inteira rendida à magia antiga do trovador que vem à cidade contar histórias dos sítios por onde passou, das raparigas que amou e não o amaram, dos sonhos que teve e nunca se realizaram. Aquela voz de adolescente ferido e mal acordado, a guitarra dedilhada em malhas repetitivas e hipnotizantes.
Como disse o próprio Mark, são só canções e são quase todas iguais.
Pois sim, mas são todas lindas, digo eu.
O homem entra em palco com um ar de Ogre que consegue sempre comprar roupa em saldo (sobram sempre camisas XL e sapatos 47). Pega na guitarra e insulta a banda que tocou antes por lhe ter estragado o som. Ri-se do mau inglês do publico. Prolonga as canções por eternidades que desafiam o bocejo do fã mais ferrenho ou acaba-as como quem ouviu o telefone a tocar e corre a atender.
E no entanto... uma platéia inteira rendida à magia antiga do trovador que vem à cidade contar histórias dos sítios por onde passou, das raparigas que amou e não o amaram, dos sonhos que teve e nunca se realizaram. Aquela voz de adolescente ferido e mal acordado, a guitarra dedilhada em malhas repetitivas e hipnotizantes.
Como disse o próprio Mark, são só canções e são quase todas iguais.
Pois sim, mas são todas lindas, digo eu.
sábado, 27 de outubro de 2007
Comoção
O verdadeiro Skråmestø comprou um iPod Touch. Desde que vi uma televisão a cores (com um desenho animado do tom e jerry) que não tinha esta sensação de que a tecnologia é uma coisa formidável. Maravilhas destas reforçam a minha fé na raça humana.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Exponenciar
Genial, genial! Ontem à noite descobri o clássico filme do Jean Genet "Un Chant d'Amour" com a banda sonora composta por Simon Fisher Turner em 2001. As imagens já eram magníficas, mas com esta música.... pele de galinha!!! Vejam este pequeno excerto a encher o écran e com o som bem alto nos auscultadores.
PS - o filme completo pode ser visto aqui
PS - o filme completo pode ser visto aqui
Saldo Positivo
Acaba já na quinta-feira a minha exposição no bar O Bico, na Rua de Santa Catarina, em Lisboa.
Três quadros vendidos até ao momento, o que, em termos muito prosaicos de rendimento monetário, é quase o mesmo que publicar um livro... Tenho de repensar a carreira, agora que descobri que uma imagem vale mais que mil palavras, literalmente :-D
Três quadros vendidos até ao momento, o que, em termos muito prosaicos de rendimento monetário, é quase o mesmo que publicar um livro... Tenho de repensar a carreira, agora que descobri que uma imagem vale mais que mil palavras, literalmente :-D
domingo, 21 de outubro de 2007
Afinal ele era gay
J.K. Rowling lembrou-se de contar essa ontem: Sim, Dumbledore era gay.
Não é exactamente uma grande novidade porque quem já leu o último livro do Harry Potter percebeu a coisa nas entrelinhas: o mestre da escola de magia de Hogwartz teve um amor adolescente com um rapazito louro e bem parecido.
Mas uma coisa é ler o livro, onde essa história vem insinuada por uma personagem maldosa, e outra coisa é a autora dizê-lo às criancinhas. Grande senhora!
Não é exactamente uma grande novidade porque quem já leu o último livro do Harry Potter percebeu a coisa nas entrelinhas: o mestre da escola de magia de Hogwartz teve um amor adolescente com um rapazito louro e bem parecido.
Mas uma coisa é ler o livro, onde essa história vem insinuada por uma personagem maldosa, e outra coisa é a autora dizê-lo às criancinhas. Grande senhora!
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Portugal video pop - youtube surfing
Ontem, ao ver o DVD "A life in Pop", Documentário/ entrevista sobre a carreira dos Pet Shop Boys, descobri nos extras um video (lindíssimo) filmado no Parque das Nações, expo 98
Isso lembrou-me deste video dos The Christians, filmado em Lisboa, e com muitas imagens dos arredores da Faculdade das Belas Artes (onde estudei) e outras de sítios perto de onde moro. É giro ver como era em 89, o que mudou (uma das casa entaipadas foi toda recuperada e tenho um amigo que mora lá) e o que está na mesma (pátio Dom Fradique, capital lisboeta da ratazana).
E, por associação, lembrei-me também do Alentejo/Algarve dos Depeche Mode (foi o primeiro chaparro pop?)
E da Tróia dos Roxette (este podem ver sem som!)
Isso lembrou-me deste video dos The Christians, filmado em Lisboa, e com muitas imagens dos arredores da Faculdade das Belas Artes (onde estudei) e outras de sítios perto de onde moro. É giro ver como era em 89, o que mudou (uma das casa entaipadas foi toda recuperada e tenho um amigo que mora lá) e o que está na mesma (pátio Dom Fradique, capital lisboeta da ratazana).
E, por associação, lembrei-me também do Alentejo/Algarve dos Depeche Mode (foi o primeiro chaparro pop?)
E da Tróia dos Roxette (este podem ver sem som!)
domingo, 14 de outubro de 2007
Ainda a Doris
Depois de vários dias a ler jornais e blogs de literatura é fácil concluir que quase ninguém em Portugal leu Doris Lessing e quem leu limitou-se aos seus primeiros livros, os tais que lhe valeram o carimbo de "feminista" ou o da "experiência de Africa" de que nunca mais se conseguiu safar. Os mais "esclarecidos" lembram-se de referir que "a autora também tem umas coisas de ficção científica".
Ora aqui está a melhor justificação para que se atribua um Prémio Nobel a alguém: fazer com que o autor seja lido.
Doris Lessing é uma autora que importa conhecer pelo seu pensamento lúcido e claro, pela sua visão global da humanidade, da sociedade e da importância politica do indivíduo.
Pessoalmente, agradam-me mais os seus ensaios e prefácios. A sua autobiografia é um marco incontornável na sua obra. E depois há os romances...
Os romances de Doris Lessing são ossos duros de roer. Não pela erudição linguística (bitola snobe de muita intelectuália), mas pelas temáticas. Pela ousadia com que se lança a mostrar-nos momentos e situações da condição humana a que preferiríamos voltar a cara.
Como por exemplo em "Diário de uma boa vizinha", em que uma jornalista de uma revista feminina resolve prestar ajuda a uma vizinha octagenária e acaba por ver a sua vida "perfeita" contaminada por escabrosa pobreza, injustiça social e a decadência do corpo pela doença e idade. É um dos livros mais dolorosos de se ler porque nos esfrega na cara as diferenças de classe e de idade e denuncia absurdos e injustiças sociais para os quais é difícil arranjar respostas e soluções.
Como por exemplo os relatórios em "Shikasta" em que nos são dados, em mini-contos, vários perfis de terroristas e de loucos. A enumeração lógica de causas e motivos que levam as pessoas a perder o contacto com a realidade e a ganhar ódio ao mundo.
Como por exemplo a exploração da inocência, do amor e da devoção para fins de ódio e destruição que a trama de "A boa terrorista" nos explica, numa sucessão de injustiças que, de tão verosímeis, nos cavam um buraco na alma.
Por enquanto, em Portugal podemos contar apenas com traduções de algumas das suas obras dos anos 70 e 80. Decerto que agora muito mais virá. Ainda bem. Mas, para quem ainda não contactou com esta escritora, basta ler o prefácio ao livro "O caderno dourado" para perceber a relevância deste Nobel.
E eu nem devia precisar de dizer que a série "Canopus em Argos" é uma obra de génio, peça incontronável da literatura da segunda metade do séc. XX. Infelizmente, é preciso dizê-lo. Ainda bem que a academia sueca também o diz.
Ok senhores do Nobel, agora posso esperar que se lembrem do Gene Wolfe?
Ora aqui está a melhor justificação para que se atribua um Prémio Nobel a alguém: fazer com que o autor seja lido.
Doris Lessing é uma autora que importa conhecer pelo seu pensamento lúcido e claro, pela sua visão global da humanidade, da sociedade e da importância politica do indivíduo.
Pessoalmente, agradam-me mais os seus ensaios e prefácios. A sua autobiografia é um marco incontornável na sua obra. E depois há os romances...
Os romances de Doris Lessing são ossos duros de roer. Não pela erudição linguística (bitola snobe de muita intelectuália), mas pelas temáticas. Pela ousadia com que se lança a mostrar-nos momentos e situações da condição humana a que preferiríamos voltar a cara.
Como por exemplo em "Diário de uma boa vizinha", em que uma jornalista de uma revista feminina resolve prestar ajuda a uma vizinha octagenária e acaba por ver a sua vida "perfeita" contaminada por escabrosa pobreza, injustiça social e a decadência do corpo pela doença e idade. É um dos livros mais dolorosos de se ler porque nos esfrega na cara as diferenças de classe e de idade e denuncia absurdos e injustiças sociais para os quais é difícil arranjar respostas e soluções.
Como por exemplo os relatórios em "Shikasta" em que nos são dados, em mini-contos, vários perfis de terroristas e de loucos. A enumeração lógica de causas e motivos que levam as pessoas a perder o contacto com a realidade e a ganhar ódio ao mundo.
Como por exemplo a exploração da inocência, do amor e da devoção para fins de ódio e destruição que a trama de "A boa terrorista" nos explica, numa sucessão de injustiças que, de tão verosímeis, nos cavam um buraco na alma.
Por enquanto, em Portugal podemos contar apenas com traduções de algumas das suas obras dos anos 70 e 80. Decerto que agora muito mais virá. Ainda bem. Mas, para quem ainda não contactou com esta escritora, basta ler o prefácio ao livro "O caderno dourado" para perceber a relevância deste Nobel.
E eu nem devia precisar de dizer que a série "Canopus em Argos" é uma obra de génio, peça incontronável da literatura da segunda metade do séc. XX. Infelizmente, é preciso dizê-lo. Ainda bem que a academia sueca também o diz.
Ok senhores do Nobel, agora posso esperar que se lembrem do Gene Wolfe?
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Doris e os paparazzi - "Oh, Christ!"
Já uma pessoa não pode ir comprar umas cebolas e uma alcachofra sem ganhar o Prémio Nobel...
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Viva la Doris!
Fico bastante contente por uma das minhas autoras favoritas ganhar o prémio Nobel da Literatura. Principalmente por ser a Doris Lessing. É tão merecido! (não pelo dinheiro, mas pela divulgação da obra dela que o prémio implica)
Só pela série Canopus em Argos seria merecido, mas vejo o prémio como o reconhecer de um pensamento lúcido capaz de iluminar mentes através da literatura (ficcional ou não).
Pergunta de ignorante: É ela o primeiro Prémio Nobel que tem livros de ficção científica no CV?
Leitura imprescindivel - Série Canopus em Argos composta pelos 5 volumes:
-Shikasta
-Os casamentos entre as zonas três, quatro e cinco
-As experiencias sirianas
-A formação do representante do planeta 8
-Agentes sentimentais no império Volyen
(os volumes 2 e 4 foram adaptados para óperas compostas pelo Phillip Glass)
Espero que a Europa América aproveite a boleia do Nobel para reeditar esta serie (com umas capas decentes!).
A Livros do Brasil também tem alguns livros dela! Pode ser que ainda lucre e me divirta com este Nobel :-D
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Kafka, Steinbeck e Huxley
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Vendido!
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
a barrinha azul da censura
Exorcismo do homem com a criança nos olhos
Há dois dias que andava com esta canção na cabeça. Tive de a exorcizar ouvindo-a umas 3 vezes de seguida e pesquisando o video no youtube.
Nunca tinha visto isto. Com tão poucos elementos visuais consegue sintetizar quase toda a iconografia de uma época. Só aquelas cores tornam qualquer um gay (acho que o Figo nunca viu este video, infelizmente). E é extraordinário como ainda há qualquer coisa na Kate Bush que nunca a deixa cair no ridículo mesmo que ela dance audaciosamente à beira do precipício. Provavelmente a franqueza com que ela enfrenta a câmara e olha para nós.
Depois, a curiosidade de ver outro video do tempo em que, para mim, televisão ainda era só a Rua Sésamo. Mais uma vez o choque daqueles olhos apontados a nós com mais violência que as metralhadoras.
E as árvores deste "Army Dreamers", lembraram-me as árvores desse outro video que já me apanhou em cheio na adolescência e tornou a Kate Bush icónica para mim:
Ok, este video do "The Sensual World" vai para a mesma categoria que o "Let me know" da Roisín Murphy. Etiqueta: "Mulheres estupendas em fatos e danças divinamente ridículas". Mas eu percebo a Kate tão bem... Quem é que não gostaria de andar vestido de princesa abanando os ombos na floresta? (hummm...talvez o Durão Barroso)
Nunca tinha visto isto. Com tão poucos elementos visuais consegue sintetizar quase toda a iconografia de uma época. Só aquelas cores tornam qualquer um gay (acho que o Figo nunca viu este video, infelizmente). E é extraordinário como ainda há qualquer coisa na Kate Bush que nunca a deixa cair no ridículo mesmo que ela dance audaciosamente à beira do precipício. Provavelmente a franqueza com que ela enfrenta a câmara e olha para nós.
Depois, a curiosidade de ver outro video do tempo em que, para mim, televisão ainda era só a Rua Sésamo. Mais uma vez o choque daqueles olhos apontados a nós com mais violência que as metralhadoras.
E as árvores deste "Army Dreamers", lembraram-me as árvores desse outro video que já me apanhou em cheio na adolescência e tornou a Kate Bush icónica para mim:
Ok, este video do "The Sensual World" vai para a mesma categoria que o "Let me know" da Roisín Murphy. Etiqueta: "Mulheres estupendas em fatos e danças divinamente ridículas". Mas eu percebo a Kate tão bem... Quem é que não gostaria de andar vestido de princesa abanando os ombos na floresta? (hummm...talvez o Durão Barroso)
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
correio dos leitores 2
Cara Sónia
Obrigado pela resposta simpatica ao meu mail impulsivo.
Conhecendo bem os guias e as revistas TimeOut sei o desfazamento entre a mensagem que a campanha passa e os vossos conteúdos (aliás, parabéns pelo primeiro número que estava bastante bom).
Não se trata exactamente de não aceitar uma piada, é mais a questão de que as piadas devem ter o timing e a audiência certa. Há uma responsabilidade cívica quando se colocam imagens na rua e se comunica com a população.
Eu nem sequer sou um activista de direitos LGBT. O que me entristeceu na campanha foi ver um produto e uma marca que gosto e respeito, associada a piadas "fáceis" que funcionam pelo lado negativo da opressão, escárnio e preconceito, promovendo e prepetuando intolerância.
Além disso, nem o payoff é correcto: vocês têm criticas de DVD e Livros e programação de televisão, actividades que eu faço em casa. Aliás, a vossa revista leio-a e guardo-a na casa de banho com a melhor das intenções :-) Isso é verdadeiramente deixar a TimeOut entrar no cerne do lar.
Abraço para vocês e puxão de orelhas à vossa agencia de publicidade e a quem aprovou a campanha.
Atentamente,
Daniel
Obrigado pela resposta simpatica ao meu mail impulsivo.
Conhecendo bem os guias e as revistas TimeOut sei o desfazamento entre a mensagem que a campanha passa e os vossos conteúdos (aliás, parabéns pelo primeiro número que estava bastante bom).
Não se trata exactamente de não aceitar uma piada, é mais a questão de que as piadas devem ter o timing e a audiência certa. Há uma responsabilidade cívica quando se colocam imagens na rua e se comunica com a população.
Eu nem sequer sou um activista de direitos LGBT. O que me entristeceu na campanha foi ver um produto e uma marca que gosto e respeito, associada a piadas "fáceis" que funcionam pelo lado negativo da opressão, escárnio e preconceito, promovendo e prepetuando intolerância.
Além disso, nem o payoff é correcto: vocês têm criticas de DVD e Livros e programação de televisão, actividades que eu faço em casa. Aliás, a vossa revista leio-a e guardo-a na casa de banho com a melhor das intenções :-) Isso é verdadeiramente deixar a TimeOut entrar no cerne do lar.
Abraço para vocês e puxão de orelhas à vossa agencia de publicidade e a quem aprovou a campanha.
Atentamente,
Daniel
Resposta
Hoje recebi esta resposta da Time Out:
Caro Daniel,
Postas as coisas tal como as põe… somos obrigados a dar-lhe razão. Mas, depois de muito nos pôr a reflectir, também pensámos que aquele casal não é gay… aquele casal está vestido e pintado de uma forma exagerada (ridícula?) e que, por isso, também não pretende ser um espelho dos gays, que são pessoas como as outras, e não gente que se pinta daquele modo ou que veste combinações. Mas, sim, não temos nada contra homens que se maquilham ou que vestem o que lhes dá na gana! E, sim, a leitura pode ser essa. E não é bom que seja. E não era essa a intenção. Que diabo, se há gente que luta contra o preconceito somos nós, acredite!
Posto isto, dizer-lhe que nos deixou a pensar. E abriu a discussão na redacção. Houve quem dissesse que “há sempre quem não tenha sentido de humor, há sempre quem recrimine uma piada feita aos judeus por causa do holocausto, uma piada feita aos deficientes porque é de mau gosto, uma piada feita aos gays porque são minorias sempre discriminadas”. Mas também houve quem levantasse a voz para dizer que sim, juntar um homem que faz sexo com animais e um serial killer com a outra fotografia pode ter uma má leitura.
Daniel, o que lhe posso dizer? Pedir-lhe desculpa, em nome da agência que fez a campanha. Que terá pensado no efeito “forte” que aquelas imagens iriam provocar e não terá querido, certamente, ferir susceptibilidades.
Peço desculpa se ferimos a sua. E agradecemos a sua reflexão. E sim, ajudou-nos a acordar.
Aceite um abraço,
Sónia Morais Santos
Editora Executiva
Caro Daniel,
Postas as coisas tal como as põe… somos obrigados a dar-lhe razão. Mas, depois de muito nos pôr a reflectir, também pensámos que aquele casal não é gay… aquele casal está vestido e pintado de uma forma exagerada (ridícula?) e que, por isso, também não pretende ser um espelho dos gays, que são pessoas como as outras, e não gente que se pinta daquele modo ou que veste combinações. Mas, sim, não temos nada contra homens que se maquilham ou que vestem o que lhes dá na gana! E, sim, a leitura pode ser essa. E não é bom que seja. E não era essa a intenção. Que diabo, se há gente que luta contra o preconceito somos nós, acredite!
Posto isto, dizer-lhe que nos deixou a pensar. E abriu a discussão na redacção. Houve quem dissesse que “há sempre quem não tenha sentido de humor, há sempre quem recrimine uma piada feita aos judeus por causa do holocausto, uma piada feita aos deficientes porque é de mau gosto, uma piada feita aos gays porque são minorias sempre discriminadas”. Mas também houve quem levantasse a voz para dizer que sim, juntar um homem que faz sexo com animais e um serial killer com a outra fotografia pode ter uma má leitura.
Daniel, o que lhe posso dizer? Pedir-lhe desculpa, em nome da agência que fez a campanha. Que terá pensado no efeito “forte” que aquelas imagens iriam provocar e não terá querido, certamente, ferir susceptibilidades.
Peço desculpa se ferimos a sua. E agradecemos a sua reflexão. E sim, ajudou-nos a acordar.
Aceite um abraço,
Sónia Morais Santos
Editora Executiva
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Correio dos leitores
Hoje enviei o seguinte email:
Cara Time Out de Lisboa.
Fiquei contente de saber que Lisboa ia ter uma revista Time Out. Há muitos anos que compro os guias Time Out, especialmente porque sendo gay, interessa-me essa secção dos guias de viagem e os da Time Out são sempre bastante completos e descomplexados.
Fiquei por isso um pouco surpreendido com a vossa campanha, que mostra um homem que faz sexo com animais, um assassino psicopata e um casal gay com o slogan ‘O que fazes dentro de casa é contigo, o que fazes fora de casa é com a Time Out'. Que leitura é suposto que se faça disso? Que homens que gostam de dormir juntos ou de pôr maquiagem na cara devem ficar em casa? Devem ter vergonha de sair à rua?
Mesmo que a campanha só tivesse a ovelha e o assassino seria um bocado infeliz. Juntar o casal gay à sordidez só agrava a coisa porque demonstra que não é uma campanha bem pensada e se baseia apenas no choque e piada fácil.
Não peçam às pessoas para acordar. Acordem vocês também.
Atentamente,
Daniel
Cara Time Out de Lisboa.
Fiquei contente de saber que Lisboa ia ter uma revista Time Out. Há muitos anos que compro os guias Time Out, especialmente porque sendo gay, interessa-me essa secção dos guias de viagem e os da Time Out são sempre bastante completos e descomplexados.
Fiquei por isso um pouco surpreendido com a vossa campanha, que mostra um homem que faz sexo com animais, um assassino psicopata e um casal gay com o slogan ‘O que fazes dentro de casa é contigo, o que fazes fora de casa é com a Time Out'. Que leitura é suposto que se faça disso? Que homens que gostam de dormir juntos ou de pôr maquiagem na cara devem ficar em casa? Devem ter vergonha de sair à rua?
Mesmo que a campanha só tivesse a ovelha e o assassino seria um bocado infeliz. Juntar o casal gay à sordidez só agrava a coisa porque demonstra que não é uma campanha bem pensada e se baseia apenas no choque e piada fácil.
Não peçam às pessoas para acordar. Acordem vocês também.
Atentamente,
Daniel
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
sábado, 29 de setembro de 2007
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Inacreditável experiência audiovisual
Juro-vos que não tomo drogas, mas esta canção foi feita por mim. E sim, sou eu a cantar!
A ilustrações são da Carla Pott que anda a experimentar animações em Flash e precisava de uma banda sonora.
Se isto alguma vez render dinheiro, será doado a um fundo de ajuda a vítimas de poluição sonora.
Pequenas alegrias
Hoje fiquei a saber que este meu quadro foi seleccionado para competir no Prémio de Pintura Ariane de Rothschild.
Tenho a certeza absoluta que não vou ganhar nada, mas, como qualquer bom nomeado a Óscar® diria: só ser nomeado já é uma honra.
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Valor icónico
Serei o único a pensar que o verdadeiro motivo que leva a que, de repente, a situação na Birmânia tenha direito a tanto destaque nos media tem a ver com o facto de tantos monjes vestidos de cor de laranja ficarem bem em fotografias?
Para todas as gerações que não viveram o 25 de Abril, que herança visual há para além do cravo?
Teriamos menos medo da bomba atómica se não houvesse cogumelo de fumo?
Porque é que nunca ninguém se lembra da Restauração mas Aljubarrota resiste graças ao Mosteiro da Batalha e a Implantação da República graças à senhora de mamas à vela?
Foi a Segunda Guerra mundial mais horrível do que a Primeira graças à cruz nazi?
Como raio é que o galo de barcelos se tornou num símbolo geral de portugalidade?
A nossa senhora de Fátima reflecte verdadeiramente a moda do vestuário do céu ou será só mais uma daquelas primeiras damas sem fashion-sense?
Warszawa
O 80's revival anda a bater muito forte na escandinávia. Depois dos The Mary Onettes da Suécia, eis os Superfamily, banda norueguesa, aqui com um teledisco idiota (mas que podia ter passado para o lado Arte-Pop se eles se levassem a sério como os Pet Shop Boys ou a Roisín). A canção, no entanto, é genial. Um verdadeiro pop hit de 1984, feito em 2007, ou, um sonho da música dos anos 80 como ela deveria ter ter sido. Esqueçam o video, ouçam a música.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Mini expo
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
A olhar para o meu umbigo
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Pérolas
A propósito de grandes senhoras, para além da Roisin, nutro uma grande admiração pela Joanna Lumley (vulgo Patsy do AbFab).
Uma das grandes pérolas de sempre da ficção televisiva é a série "Up in town", de 2002, que não faço idéia se alguma vez chegou a passar em Portugal, mas que, actualmente, está disponível na íntegra no You tube. São apenas 6 episódios de 10 minutos. Monólogos ao espelho de uma viúva solitária. Excelência de escrita, realização e interpretação. Absoluta delícia e maravilha.
Fica aqui o primeiro episódio, mas, se tiverem tempo, vejam também os outros. É uma hora bem passada na net.
Ah, tinha-me esquecido de dizer: isto era por causa do DVD que comprei com a série Sensitive Skin, a mais recente colaboração do Hugo Blick (o mesmo escritor/realizador de "Up in Town) com a Joanna Lumley, desta vez com um leque de actores mais alargado e episódios mais longos (20 minutos!). A excelência é a mesma. Ver excerto aqui.
PS: Embora estas coisas estejam todas disponíveis no You Tube (não me estou a queixar) vale a pena largar dinheiro no DVD para ver a imagem como deve ser. São as pequenas nuances de expressão que melhor mostram a grande actriz.
Uma das grandes pérolas de sempre da ficção televisiva é a série "Up in town", de 2002, que não faço idéia se alguma vez chegou a passar em Portugal, mas que, actualmente, está disponível na íntegra no You tube. São apenas 6 episódios de 10 minutos. Monólogos ao espelho de uma viúva solitária. Excelência de escrita, realização e interpretação. Absoluta delícia e maravilha.
Fica aqui o primeiro episódio, mas, se tiverem tempo, vejam também os outros. É uma hora bem passada na net.
Ah, tinha-me esquecido de dizer: isto era por causa do DVD que comprei com a série Sensitive Skin, a mais recente colaboração do Hugo Blick (o mesmo escritor/realizador de "Up in Town) com a Joanna Lumley, desta vez com um leque de actores mais alargado e episódios mais longos (20 minutos!). A excelência é a mesma. Ver excerto aqui.
PS: Embora estas coisas estejam todas disponíveis no You Tube (não me estou a queixar) vale a pena largar dinheiro no DVD para ver a imagem como deve ser. São as pequenas nuances de expressão que melhor mostram a grande actriz.
domingo, 16 de setembro de 2007
...and the winner is:
Primeiro que tudo, um sentido agradecimento a todos os que participaram. Todos tinham boas razões para levar o livro, quanto mais não fosse a simples vontade de o querer, o que para mim já me comove bastante. Obrigado, obrigado, obrigado!
Mas depois de considerar tudo o que se disse (e até o que não se disse) o livro vai ter de ir para a Lis por 3 razões e meia:
1 - É uma gaja. Imaginá-la a ler as minhas histórias de sexo entre homens, titila-me.
2 - Ela prometeu (mundo, toma nota!) que me oferecia um exemplar autografado do seu primeiro livro. Eu quero cobrar!
3 - Ela não sabe, mas eu tenho um contador que me mostra quantas vezes ela rondou aqui o blog durante esta semana.
e a meia razão foi o comentário que ela pôs num post aqui há tempos e depois, envergonhada, apagou. Mal sabia ela que todos os comentários vão parar à minha caixa de correio...
Por isso, Lis envia-me um email para danieljskramesto@yahoo.no com a tua morada.
:-)
Mas depois de considerar tudo o que se disse (e até o que não se disse) o livro vai ter de ir para a Lis por 3 razões e meia:
1 - É uma gaja. Imaginá-la a ler as minhas histórias de sexo entre homens, titila-me.
2 - Ela prometeu (mundo, toma nota!) que me oferecia um exemplar autografado do seu primeiro livro. Eu quero cobrar!
3 - Ela não sabe, mas eu tenho um contador que me mostra quantas vezes ela rondou aqui o blog durante esta semana.
e a meia razão foi o comentário que ela pôs num post aqui há tempos e depois, envergonhada, apagou. Mal sabia ela que todos os comentários vão parar à minha caixa de correio...
Por isso, Lis envia-me um email para danieljskramesto@yahoo.no com a tua morada.
:-)
sábado, 15 de setembro de 2007
Na próxima encarnação eu quero ser a Roisin Murphy
Este deve ser um dos videos mais idiotas de todos os tempos. Mas é lindo!
Eu quero ser ela! Eu sou ela, algures num cantinho do meu coração!
Oh, divina arte da Pop!
O grande concurso - deadline
Só para recordar que a "linha da morte" para o grande concurso (ver lá mais para baixo) é até amanhã à hora a que eu acordar e ligar o computador. Por isso ainda vão a tempo de se habilitarem a um bonito exemplar do meu livro, autografado e abençoado.
Subtilmente Queer
A escolha de "A casa de Alice" como filme de abertura do festival Queer Lisboa pareceu estranha a muita gente, ontem à noite.É afinal um filme onde, de homosexualidade, há apenas algumas vagas sugestões.
No entanto, a meu ver, foi a escolha certa para marcar um novo rumo para o festival. Longe de lantejoulas ou de erotismo de pacote, "A casa de Alice" é um filme que transpira sexo por todos os poros. É um filme, que sem nunca se tornar gráfico, questiona, sem nunca fazer directamente a pergunta, o papel do sexo no núcleo familiar. E é afinal de contas, de sexo que se fala, quando se fala de homosexualidade, mesmo que, para isso seja preciso enfrentar o sexo hetero.
O sexo é o grande papão da homosexualidade, é a parte que mete medo a toda a gente (inclusivé a jornalistas que acham que sexualidade fora da norma não é bom tema para um festival de cinema e por isso o ignoram). Fazer por isso um festival destes é, à partida, estar a pregar aos convertidos e podia não passar de uma ocasião de servir bolo a gulosos.
Felizmente, finalmente, à sua 11ª edição, nota-se claramente na escolha dos filmes programados uma vontade de mudar o rumo do festival. A mudança do nome do festival, de "gay e lésbico" para "queer", serve como assinatura (pouco "popular", mas que se há-de fazer, tendo em conta a falta de vocabulário português capaz de ser tão abarcante).
Por isso, integrar no festival, na competição, um filme como "A casa de Alice" e escolhê-lo para a sessão de abertura, abanando-o como bandeira é um acto a louvar. É prova de inteligência.
Este filme brasileiro, dotado de um excelente elenco serve como peephole para observar um núcleo familiar - Pai, Mãe, três filhos e avó - e deixa-nos à vontade para olhar em redor e construir histórias, tirar conclusões. O seu realismo, mais do que das situações que mostra, vem da sua pouco apertada malha ficcional (que, verdade seja dita, aborrece aqui e ali). Não é filme para perguiçosos. Servi-lo a uma audiência de um festival como este é lançar um desafio ousado, que, espero venha a ser aceite.
Numa altura em que qualquer paneleirice pode ser baixada da net é precisamente para isso que precisamos de festivais e (principalmente) programadores. Uma programação, mais que um filtro, é uma escolha, logo, também uma mensagem, um discurso. Assumir que um festival não é só festa e entretenimento mas também espaço de reflexão e descoberta é uma atitude que merece o nosso reconhecimento.
Obrigado então a toda a gente que se dispôs a repensar este festival, para que nós pensemos também.
"A casa de alice" volta a passar amanhã, Domingo às 16h
Programação do festival, Aqui
http://queerlisboa.blogspot.com/
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
A Noruega em norueguês
Hoje deu-me um ataque de saudades da Noruega (bastou ver os pilares de uma estação de metro de Oslo num video dos Flunk) por isso apeteceu-me ouvir musica norueguesa cantada em norueguês (existe!). Daí surgiu esta pequena colecção.
A primeira canção "Pille", é dos Folk & Røvere - Corria o ano de 1999 e esta canção abria o album "Oslo", o primeiro que comprei de uma banda norueguesa. A letra pode resumir-se a algo como "Estou deprimido, preciso de um comprimido". Mais norueguês não podia ser.
Seguem-se os Kaizers Orchestra cujas letras me passam completamente ao lado mas que têm um som do caraças.
Em "Helt Perfect" percebe-se como é que os Folk & Røvere se transformaram nos Flunk. A unica diferença é que passaram a cantar em inglês.
"Summarnatta" é uma canção "tradicional" norueguesa, aqui vestida com arranjos invulgarmente glamourosos na voz da Herborg Kråkevik (a Dulce Pontes da Noruega). A letra diz algo como "Não iremos desperdiçar esta noite de Verão a dormir". Pois claro que não, noites de verão tão luminosas como as da Noruega são para passear debaixo das árvores.
"Little Fuglen" é folclore norueguês (tipo "oliveirinha da serra") e é a história de um passarinho que cantava muito bem. Acordeão genial.
"Ladonia" é a grande batota desta lista porque é cantada em alemão, mas como não achei a Anneli Drecker a cantar em norueguês isto teve de servir. E lista de música norueguesa sem ela não vale nada. Além de que esta canção é tão deliciosamente épico-kitsch que tem de ser ouvida quando se tem a lagrimita ao canto do olho por saudades de um país longínquo.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
O Prémio
Interludio cultural
Enquanto o meu ego se alimenta do "Fan Power" do concurso aqui por baixo, eis um video instrutivo sobre fãs fora de controle:
(Os outros da mesma série tb valem a pena)
(Os outros da mesma série tb valem a pena)
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Director's Cut
Manhã desperdiçada em viagens de metro, autocarro e contacto com portugueses daqueles que proferem frases dignas de sketches do gato fedorento:
"Essa rua não sei onde é mas é ali para cima."
"Se eu que sou o segurança não sei, então na secretaria também não devem saber"
"São só 11h mas a minha colega já saiu para almoçar e só ela é que recebe esses impressos. Pode ser que volte às 14h. Quer esperar?"
Se quando morremos temos de ver o filme das nossas vidas, será que não se pode ver uma versão editada e deixar de fora todas as horas desperdiçadas à espera de transportes, na casa de banho e a aturar gente burra?
Ou seja, em termos mais filosóficos, para o Além Divino, será que o tempo tem todo o mesmo valor ou é subjectivo como para nós?
"Essa rua não sei onde é mas é ali para cima."
"Se eu que sou o segurança não sei, então na secretaria também não devem saber"
"São só 11h mas a minha colega já saiu para almoçar e só ela é que recebe esses impressos. Pode ser que volte às 14h. Quer esperar?"
Se quando morremos temos de ver o filme das nossas vidas, será que não se pode ver uma versão editada e deixar de fora todas as horas desperdiçadas à espera de transportes, na casa de banho e a aturar gente burra?
Ou seja, em termos mais filosóficos, para o Além Divino, será que o tempo tem todo o mesmo valor ou é subjectivo como para nós?
sábado, 8 de setembro de 2007
Grande Concurso!
Uma pérola da minha estante
Em 1886, o Editor David Corazi da empreza Horas Românticas (premiada com medalha de ouro na exposição do Rio de Janeiro, sede na Rua da Atalaya, Lisboa), trazia a lume a grande obra ilustrada em 6 volumes "Os Invisíveis de Lisboa" de Gervasio Lobato e Jayme Victor.
Eu comprei os 3 primeiros volumes num bar do bairro alto (o saudoso Gironte) corria o ano de 1998. Estas pequenas amostras das ilustrações e do texto explicam porque paguei 3 contos de réis por eles na altura. Ainda salta com frequencia da estante para ser folheado e hoje apeteceu-me partilhar.
Eu comprei os 3 primeiros volumes num bar do bairro alto (o saudoso Gironte) corria o ano de 1998. Estas pequenas amostras das ilustrações e do texto explicam porque paguei 3 contos de réis por eles na altura. Ainda salta com frequencia da estante para ser folheado e hoje apeteceu-me partilhar.
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Materialismo e desmaterialização
É a natureza humana e não vale a pena negar: há objectos que me titilam.
O lançamento dos novos iPods provocou obviamente umas ondas de histeria aqui em casa. Não vale a pena sequer explicar porquê (se não foram ainda espreitar a página da apple... vaiam!) mas o que me parece digno de comentar é o facto de o novo iPod Touch fazer muito mais sentido que o iPhone no aspecto em que, se vamos estar online, para que queremos nós um telefone? Bem podemos falar com quem quisermos via skype ou algo assim (e se não repararam que o iPod Touch tem um microfone...bem, é porque definitivamente não estão interessados). Outra coisa que parece um contrasenso mas vendo bem não é, é o facto de os discos rigidos dos iPod Touch serem tão pequenos. Mais uma vez: se vamos estar online, para que precisamos de ter as músicas e os videos armazenados no nosso disco?
Como é possível esta magia de ter tudo, aqui e agora na palma da mão?! Oh como eu adoro a tecnologia! Quem não acha estas coisas sexys só pode estar morto para o mundo.
Entretanto chega-me a Newsletter da Editora Incunabula anunciando que a edição do 25º aniversário do Little, Big vai finalmente ficar pronta em Outubro.
A carta que o editor escreve aos fanáticos que há mais de ano já pagaram pelo seu exemplarzito (eu inclusivé) é a minha idéia perfeita do futuro do negócio editorial. Ele explica-nos em deliciosa prosa todos os pormenores do processo de edição, da escolha das ilustrações, do papel, da escolha da tinta para impressão, da revisão do texto, etc, etc.
Isto tudo para garantir que um livro tão bem amado pelos seus leitores lhes chegue às mãos numa encarnação capaz de exponenciar o fetiche e reverencia.
Agradam-me especialmente as ilustrações de Peter Milton que, pela imaterialidade das suas figuras, são perfeitas para este livro. A capa vai ser esta:
(carreguem nela para ver em grande)
O lançamento dos novos iPods provocou obviamente umas ondas de histeria aqui em casa. Não vale a pena sequer explicar porquê (se não foram ainda espreitar a página da apple... vaiam!) mas o que me parece digno de comentar é o facto de o novo iPod Touch fazer muito mais sentido que o iPhone no aspecto em que, se vamos estar online, para que queremos nós um telefone? Bem podemos falar com quem quisermos via skype ou algo assim (e se não repararam que o iPod Touch tem um microfone...bem, é porque definitivamente não estão interessados). Outra coisa que parece um contrasenso mas vendo bem não é, é o facto de os discos rigidos dos iPod Touch serem tão pequenos. Mais uma vez: se vamos estar online, para que precisamos de ter as músicas e os videos armazenados no nosso disco?
Como é possível esta magia de ter tudo, aqui e agora na palma da mão?! Oh como eu adoro a tecnologia! Quem não acha estas coisas sexys só pode estar morto para o mundo.
Entretanto chega-me a Newsletter da Editora Incunabula anunciando que a edição do 25º aniversário do Little, Big vai finalmente ficar pronta em Outubro.
A carta que o editor escreve aos fanáticos que há mais de ano já pagaram pelo seu exemplarzito (eu inclusivé) é a minha idéia perfeita do futuro do negócio editorial. Ele explica-nos em deliciosa prosa todos os pormenores do processo de edição, da escolha das ilustrações, do papel, da escolha da tinta para impressão, da revisão do texto, etc, etc.
Isto tudo para garantir que um livro tão bem amado pelos seus leitores lhes chegue às mãos numa encarnação capaz de exponenciar o fetiche e reverencia.
Agradam-me especialmente as ilustrações de Peter Milton que, pela imaterialidade das suas figuras, são perfeitas para este livro. A capa vai ser esta:
(carreguem nela para ver em grande)
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Epifania
Estava eu ainda a tentar compreender o motivo para a histeria dos media noruegueses sobre esta historia das rezas no vazio da Madre Teresa quando me ocorreu que a outra grande história do verão norueguês foi quando a princesa Martha Louise anunciou que consegue ver anjos e que, por alguns milhares de coroas, pode dar uns cursos de três anos, ao fim dos quais qualquer pessoa talvez os consiga ver também.
Ok! Histeria explicada.
Não é tão giro com famílias reais?
Ok! Histeria explicada.
Não é tão giro com famílias reais?
domingo, 2 de setembro de 2007
Madre Teresa - 10 anos sobre a sua morte
“If I ever become a Saint—I will surely be one of “darkness.” I will continually be absent from Heaven—to lit the light of those in darkness on earth .”
—Mother Teresa of Calcutta
Enquanto os jornais noruegueses fazem um estralhadaço descabido sobre este livro, os media portugueses, sempre tão atentos a irrelevantes escândalos internacionais andam incompreensivelmente a ignorar a coisa (ou talvez não seja assim tão incompreensível - o que não se sabe não se discute).
Neste livro, Brian Kolodiejchuk, que trabalha no processo de santificaçao de Madre Teresa, reuniu um conjunto de cartas escritas por ela aos seus orientadores espirituais. A causa do "escândalo" reside no facto de em muitas delas ela referir que, quando reza sente apenas escuridão e um grande vazio e solidão, como se deus não a ouvisse, facto que a levou muitas vezes a duvidar da sua existência.
A mim, saber destas coisas só me faz ter ainda maior admiração pela senhora. Para gente que acha que a religião é um fogo de artificio de milagres, visões, segredos crípticos e stigmatas é claro que soa a heresia, como gritar "o rei vai nu".
Cá por mim, depois disto fico-me pela minha síntese da vida e obra da Madre Teresa para adicionar aos mantras de uma boa vida espiritual: "Menos reza, mais trabalho!"
terça-feira, 28 de agosto de 2007
o talento dos amigos (...e o meu, já agora)
O Kenneth Elvebakk afinal já não vem a Lisboa ao Festival Queer (vamos lá dar uma forçinha a ver se o nome pega) apresentar o seu documentário "Hullabaloo", o tal sobre a equipa gay de andebol. É uma pena, mas tem a boa desculpa de ter começado a filmar um novo documentário, desta vez sobre os Drag Kings da Noruega.
O Rahman Milani ganhou o prémio de melhor primeiro filme no festival gay e lésbico de Dublin com a sua longa metragem "Seahorses" de que já tinha falado aqui ha algum tempo.
Entretanto, os The Guys from the Caravan estão quase a acabar de gravar o primeiro album (produzido pelo Flak dos Rádio Macau) e o que já me mostraram deixou-me orgulhoso e motivado: viva a plasticina! A demo gratuita continua a poder ser baixada aqui.
Por enquanto, o filme do Antonio e do Gabriel, "Clandestinos", um thriller-drama-comédia, ainda não tem estreia marcada em Espanha. Mas pode ser que o recente cessar fogo da ETA e seus alugueres de carros em Portugal faça com que a estreia aconteça mais rapidamente. É que o filme é sobre terroristas da ETA... gays! Não é exactamente o Brokeback Mountain com terroristas em vez de caubóis, mas é refrescante ver a homosexualidade retratada fora dos clichés habituais.
Quanto a mim, para além de plasticina nas unhas, tenho verniz e tinta nas mãos e ando a brincar com Barbies...
O Rahman Milani ganhou o prémio de melhor primeiro filme no festival gay e lésbico de Dublin com a sua longa metragem "Seahorses" de que já tinha falado aqui ha algum tempo.
Entretanto, os The Guys from the Caravan estão quase a acabar de gravar o primeiro album (produzido pelo Flak dos Rádio Macau) e o que já me mostraram deixou-me orgulhoso e motivado: viva a plasticina! A demo gratuita continua a poder ser baixada aqui.
Por enquanto, o filme do Antonio e do Gabriel, "Clandestinos", um thriller-drama-comédia, ainda não tem estreia marcada em Espanha. Mas pode ser que o recente cessar fogo da ETA e seus alugueres de carros em Portugal faça com que a estreia aconteça mais rapidamente. É que o filme é sobre terroristas da ETA... gays! Não é exactamente o Brokeback Mountain com terroristas em vez de caubóis, mas é refrescante ver a homosexualidade retratada fora dos clichés habituais.
Quanto a mim, para além de plasticina nas unhas, tenho verniz e tinta nas mãos e ando a brincar com Barbies...
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Festival Queer Lisboa - The Bubble
Sábado, dia 15 de Setembro - São Jorge 1, 22h00
Terça-feira, dia 18 de Setembro - São Jorge 1, 16h30
Hymn For the Fallen
Para o rapazito que disse que gostava de Dead Can Dance (e para outros maluquinhos 4AD que passam por aqui), a canção inédita que encerrava os concertos da digressão de 2005.
domingo, 26 de agosto de 2007
Eduardo Prado Coelho 1944-2007
É curioso pensar nos papéis que as pessoas representam nas nossas vidas. O Eduardo Prado Coelho era uma pessoa que eu não conhecia de todo e no entanto teve a grande gentileza de aparecer como guest star num episódio importante da minha vida.
Quando em 2003 a Dom Quixote se preparava para editar o "Olhos de cão" perguntaram-me quem é que eu gostaria que apresentasse o livro na sessão de lançamento. Como eu tinha estado a viver 4 anos fora de Portugal e também não conhecia ninguém ligado à intelectualia literária portuguesa (que aliás continuo a não conhecer, tirando talvez o Possidónio Cachapa que, curiosamente, me foi apresentado nessa altura por um amigo, precisamente como candidato à apresentação do livro) não me ocorreu qualquer nome. Foi aí que o Nelson de Matos, na altura director da Dom Quixote, sugeriu o Eduardo Prado Coelho. E eu lembro-me de pensar para com os meus botões: "Quem?!". Mas como o nome foi proferido com tanta reverência e até me soava vagamente famoso resolvi alinhar e deixar seguir o convite.
Nas semanas seguintes, cada vez que referia o seu nome aos meus amigos menos despassarados do que eu, fazia-se um pequeno silêncio reverencial antes de um "Ena pá!" impressionado.
Até hoje continuo sem ter a completa noção da influência e qualidades deste senhor (só li meia dúzia das suas crónicas) mas nunca o esquecerei e estarei sempre em dívida para com ele.
O nosso contacto verbal limitou-se a uns "boa-tarde" e "Adeus, muito obrigado" acompanhados de apertos de mão. No entanto, a apresentação crítica que fez do meu livro foi mais perfeita e precisa do que se eu tivesse escrito uma nota de intenções. Se o objectivo de um escritor é encontrar um leitor, naquele momento eu fiquei a saber que o Eduardo Prado Coelho tinha lido precisamente o mesmo livro que eu escrevi (ou quis escrever). Analisou a história e a estrutura ao pormenor e pôs os dedos em todas as minhas feridas. Até hoje é a única análise extensivamente lúcida do meu livro (para além da carta de rejeição que a Oficina do Livro me enviou).
Encontrar um leitor assim, capaz de analisar e compreender a nossa obra com tanta minúcia e inteligência e capaz também de verbalizar esse entendimento, é a maior dádiva que um escritor pode esperar.
Só voltei a cruzar-me com o Eduardo Prado Coelho passado um ano dessa apresentação, uma vez na rua. Disse-lhe boa tarde. Ele não me reconheceu e não respondeu. Não importa. Estou-lhe eternamente grato porque sei que contei todos os meus pecados a um sacerdote da letras portuguesas e fui absolvido.
Descanse em paz esteja onde estiver.
Quando em 2003 a Dom Quixote se preparava para editar o "Olhos de cão" perguntaram-me quem é que eu gostaria que apresentasse o livro na sessão de lançamento. Como eu tinha estado a viver 4 anos fora de Portugal e também não conhecia ninguém ligado à intelectualia literária portuguesa (que aliás continuo a não conhecer, tirando talvez o Possidónio Cachapa que, curiosamente, me foi apresentado nessa altura por um amigo, precisamente como candidato à apresentação do livro) não me ocorreu qualquer nome. Foi aí que o Nelson de Matos, na altura director da Dom Quixote, sugeriu o Eduardo Prado Coelho. E eu lembro-me de pensar para com os meus botões: "Quem?!". Mas como o nome foi proferido com tanta reverência e até me soava vagamente famoso resolvi alinhar e deixar seguir o convite.
Nas semanas seguintes, cada vez que referia o seu nome aos meus amigos menos despassarados do que eu, fazia-se um pequeno silêncio reverencial antes de um "Ena pá!" impressionado.
Até hoje continuo sem ter a completa noção da influência e qualidades deste senhor (só li meia dúzia das suas crónicas) mas nunca o esquecerei e estarei sempre em dívida para com ele.
O nosso contacto verbal limitou-se a uns "boa-tarde" e "Adeus, muito obrigado" acompanhados de apertos de mão. No entanto, a apresentação crítica que fez do meu livro foi mais perfeita e precisa do que se eu tivesse escrito uma nota de intenções. Se o objectivo de um escritor é encontrar um leitor, naquele momento eu fiquei a saber que o Eduardo Prado Coelho tinha lido precisamente o mesmo livro que eu escrevi (ou quis escrever). Analisou a história e a estrutura ao pormenor e pôs os dedos em todas as minhas feridas. Até hoje é a única análise extensivamente lúcida do meu livro (para além da carta de rejeição que a Oficina do Livro me enviou).
Encontrar um leitor assim, capaz de analisar e compreender a nossa obra com tanta minúcia e inteligência e capaz também de verbalizar esse entendimento, é a maior dádiva que um escritor pode esperar.
Só voltei a cruzar-me com o Eduardo Prado Coelho passado um ano dessa apresentação, uma vez na rua. Disse-lhe boa tarde. Ele não me reconheceu e não respondeu. Não importa. Estou-lhe eternamente grato porque sei que contei todos os meus pecados a um sacerdote da letras portuguesas e fui absolvido.
Descanse em paz esteja onde estiver.
sábado, 25 de agosto de 2007
Olhos de cão - A banda sonora!
Graças a todos estes novos gadjets internetico-bloguianos, eis a oportunidade de vos brindar com uma colecção de canções citadas directa ou indirectamente no livro "Olhos de cão". Olhando para isto até me assusto com o poder que a pimbalhada tem sobre o meu imaginário...
O meu especial destaque vai para "Rosa enjeitada" que é um faducho do melhorio (aqui na voz da formidável Hermínia Silva) e que qualquer português devia saber cantar tão bem como o hino nacional.
"Dom de iludir" não consegui arranjar na versão da Gal Costa, que é a que cito no livro, mas esta não está nada mal.
Não me consegui lembrar de qual é a canção da Marisa Monte em que ela canta a frase "O meu coração é um músculo involuntário e ele bate por você"... De qualquer maneira, ela aparece duas vezes no livro (a garganeira!) e por isso ficou bem representada na mesma.
Divirtam-se!
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Foz Coa
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Penedo Durao
Um dos sítios mais espantosos de Portugal é também um dos mais difíceis de achar. Não aparece em mapas e só há uma setinha a apontar para ele num cruzamento perdido nos confins da serra. Mas se forem a Freixo de Espada à Cinta perguntem pelo miradouro (onde literalmente se mira o Douro) do Penedo Durão e vão ver os grifos a voar.
(agradecimento especial ao César pela dica)
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