domingo, 28 de outubro de 2007

Trovador

Ontem fui ao concerto do Mark Kozelek no Santiago Alquimista.
O homem entra em palco com um ar de Ogre que consegue sempre comprar roupa em saldo (sobram sempre camisas XL e sapatos 47). Pega na guitarra e insulta a banda que tocou antes por lhe ter estragado o som. Ri-se do mau inglês do publico. Prolonga as canções por eternidades que desafiam o bocejo do fã mais ferrenho ou acaba-as como quem ouviu o telefone a tocar e corre a atender.
E no entanto... uma platéia inteira rendida à magia antiga do trovador que vem à cidade contar histórias dos sítios por onde passou, das raparigas que amou e não o amaram, dos sonhos que teve e nunca se realizaram. Aquela voz de adolescente ferido e mal acordado, a guitarra dedilhada em malhas repetitivas e hipnotizantes.
Como disse o próprio Mark, são só canções e são quase todas iguais.
Pois sim, mas são todas lindas, digo eu.

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