terça-feira, 21 de junho de 2005

ainda a realidade

É sempre um choque quando damos de cara com a realidade que só conheciamos da ficção ou de imagens icónicas:

Lembro-me por exemplo de uma manhã em casa da minha mãe em que acordei cedíssimo e, enquanto tomava o pequeno almoço, à luz dourada do nascer do sol, dois passarinhos pipilavam fora da janela, empoleirados nos ramos de uma roseira obscenamente florida. Era incrivelmente belo. Percebi então como o kitsch nos pode impedir de apreciar a verdadeira beleza e tambem porque é que algumas coisas, de facto, se tornam pirosas porque esterilizam por inépcia e repetição exaustiva algo de único.

Ontem foi outra coisa. Eu já suspeitava, mas confirmei que existem de facto pessoas que são absolutamente más e/ou burras. É o caso de uns vizinhos que tenho. A principio não se quer acreditar que exista alguém tão associal que precise ser posto numa cela escura, afastado do contacto com qualquer ser vivo. Mas depois, tem que se ceder à força do realismo. Foi preciso baterem-me, insultarem-me e ameaçarem-me de morte para eu compreender isto. Espero ter aprendido a lição: não tentar fazer festas a cães raivosos.