sexta-feira, 17 de junho de 2005

O poder do icone

Desde já os meus parabéns ao PS. Vi hoje o primeiro cartaz para a campanha das eleições autárquicas (não estou a contar com os do Carrilhe) e parece-me que finalmente contrataram alguém que sabe o que está a fazer.
Dois aspectos são marcantes no novo cartaz:
1 - Não têm a cara de ninguém
2 - Voltaram ao antigo símbolo do punho sobre fundo vermelho.

É curioso a força que aquele simbolo da mão fechada tem. A última vez que vi uma demonstração do seu poder foi há dois dias no funeral de Álvaro Cunhal. Confesso que aquele povaréu todo de punho no ar a cantar é uma coisa que me comove. É tão difícil mover as massas hoje em dia...
À luz disto, torna-se então óbvio que o regresso ao antigo simbolo do punho do povo em luta em detrimento da rosa (que, curiosamente, se assemelha imenso ao símbolo do centro comercial das amoreiras!) é obviamente um desvio à esquerda. Pode ser que roubem uns votos aos que querem votar comunista mas não se atrevem.

É bom ter um partido assim com dois símbolos, duas caras. Num país em que o jogo político é como um jogo de matraquilhos, ou seja, os jogadores estão todos presos e nada anda nem para trás nem para a frente, o PS faz-me lembrar o guarda redes, que é quem tem aquele jogo todo de cintura e se mexe muito bem da esquerda para a direita.
Portanto já se sabe o que esperar: o objectivo não é marcar golos, é defender a baliza desesperadamente mexendo o partido num todo (união das massas, nada de protagonismos) da direita para a esquerda.

PS: Lembrei-me que os canhotos costumam marcar golos com o guarda redes...

matraquilhos

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