Este fim de semana ficou marcado por duas idas ao teatro.
Na sexta feira, "A cibernética" peça de Possidónio Cachapa.
Uma rapariga que vive encerrada no seu quarto e que usa apenas a internet para interagir com o mundo, vê a sua realidade abalada pela chegada de um funcionário que lhe vem cortar o cabo de internet devido a um pagamento atrasado.
No geral a peça funciona bastante bem, graças a alguns momentos de diálogo brilhante e à prestação do actor Angelo Torres. Ficou no entanto a sensação de que o Possidónio, no último terço da peça seguiu o caminho de uma espécie de moralismo fácil no contraste entre a tecnologia e a natureza. A mim teria interessado mais ver as personagens a emergirem de um conflito pessoal do que a tornarem-se boca para um discurso algo tipificado.
Fico à espera de "A Cibernética 1.5"
No Sábado, "O meu pé de laranja lima", peça baseada no romance de José Mauro de Vasconcelos.
Devo admitir que o meu único motivo para ter ido ver esta peça foi ter um amigo que representava nela. Esperava o pior.
Afinal, fui agradavelmente surpreendido. A prestações dos actores eram bastante boas e a actriz protagonista (de cujo nome infelizmente não me lembro) no papel do rapazito Zézé era absolutamente notável.
Algumas opcões cénicas que a princípio me fizeram temer o pior (por ex., o pé de laranja lima era representado por um feixe de luz) acabaram por se tornar acertadas porque a história passou com tremenda força. No final, havia poucos olhos enxutos na sala, e muito soluço se ouviu entre o público.
Percebe-se porque é que os clássicos são os clássicos. Mesmo numa peça que se limita a evocar as cenas mais marcantes do livro, a história brilha intensamente e deixa o público emocionado.
Palmas!
segunda-feira, 27 de junho de 2005
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