São curiosas estas mudanças fisiológicas no corpo que envelhece. Felizmente, por enquanto só as vou notando ao nível piloso (de pêlo). As minhas entradas, que se começaram a manifestar logo aos 30, já vão por aqui adentro, criando uma linda península de cabelo ao cimo da testa que se ameaça tornar numa ilhota. É o meu maior terror. Eu não me importava de ser careca. Não tenho nada contra. Até acho sexy nos outros. Mas estes tufos que vão ficando para nos lembrar que a maré está irremediavelmente a descer são ridículos. Daí eu achar que a compra da maquineta de cortar cabelo foi um investimento para o futuro. As ilhotas só se safam com as palmeiras cortadas. No futuro, vejo-me com a barba a ligar ao cabelo nuns uniformes 3mm. A orla marítima é que é capaz de ter um desenho complexo.
Entretanto, parece que a falta de cabelo nas têmporas se deve à sua emigração para outro lado. Nomeadamente para as narinas, orelhas, peito, ombros e costas. Exacto! Aí mesmo onde faz imensa falta. Mas tudo bem, pinça eu já tinha para impedir as sobrancelhas de andarem de mãos dadas.
E depois... os cabelos brancos! São fascinantes e cheios de personalidade. Não lhes basta terem uma cor diferente do outros. Mesmo depois de dois esfreganços com gel na cabeleira, continuam em pé só para chamarem a atenção. Coitadinhos. Por enquanto ainda se sentem muito isolados. Um aqui, outro ali. É por isso que ainda faço uns desvios com a pinça no caminho entre a sobrancelha e a orelha.
É muito cansativo, isto de ser adulto.
Mas podia ser pior. Eu podia ser um wookie.
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Moral da história: Olhar sempre para o lado luminoso da vida e continuar a brilhar como um diamante maluco.
1 comentário:
Pois eu de pelos percebo pouco (quer dizer, experimenta lá arrancá-los com cera!). Mas sei que isto de ser adulto não é dificil: só não se pode é levar a vida muito a sério...
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