segunda-feira, 11 de setembro de 2006
Regresso a Deadwood
Confesso: Cowboys não são a minha coisa. No entanto, para além da Montanha do Quebra-Costas, há outro sítio no Oeste que me assobra o imaginário: a cidadezinha de Madeira Morta, ou Deadwood.
Comecei finalmente a ver a terceira temporada desta magnífica série da HBO e fico contente de confirmar que continuam a colocar a fasquia na marca mais alta a que uma série de televisão alguma vez se atreveu e a saltar graciosamente por cima dela em cada episódio.
Para além dos inenarráveis diálogos, cravejados dos maiores palavrões jamais ouvidos em televisão, envoltos em arabescos gramaticais do séc. XIX, para além dos desempenhos milagrosos da maioria dos actores. para além de uma direcção de arte impressionante e irrepreensível, há também uma notável mestria de iluminação e fotografia.
Episódios como "Unauthorized cinammom" passado quase exclusivamente à noite em interiores iluminados a vela e candeeiros a petróleo dão vontade de bater palmas. Apenas para termos de reconhecer a obra prima de captação de luz no episódio seguinte que começa com a luz fria da madrugada e nos vai guiando ao longo das faces de um dia que termina nos tons de fogo e sangue que prenunciam tempos violentos para a cidade.
Mais do que uma simples série de televisão, é uma apaixonante experiencia audiovisual. Mais do que uma lição sobre civilização e progresso, Deadwood é o sítio mais desagradável do mundo que não queremos deixar de habitar.
http://www.hbo.com/deadwood/
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