segunda-feira, 6 de março de 2006

Colossal

Ainda estou de queixo caído. Passei o fim de semana a jogar o fenomenal "Shadow of the Colossus", o novo jogo para a Playstation dos mesmos criadores do "Ico". (Aliás, incialmente este jogo era suposto ser o "Ico2" mas saiu-lhes outra coisa e ainda bem.)
Embora se passe no mesmo universo, "Shadow of the Colossus" é um conceito de jogo completamente diferente de "Ico".
Basicamente, consiste em localizar e matar colossos (seres gigantescos meio animal, meio máquina) a fim de lhes retirar os poderes para que depois possamos resuscitar a nossa linda namorada que nos morreu logo no início do jogo. A premissa é básica, mas o desenvolvimento é genial.
Toda a gente conhece aqueles jogos em que se vai matando uns monstrinhos a toda a hora e depois, no final do jogo, há um bicharoco grande que já podemos matar com todos os superpoderes e bazukas que se encontrou pelo caminho. Mas este jogo é um bocadinho ao contrário. Temos sempre e apenas uma espada e um arco com flechas e os monstros são sempre enormes, gigantescos, como se fossem fortalezas ambulantes a que temos de montar cerco, invadir e minar por dentro. É como se nós fossemos um mosquito a tentar matar um elefante. Ou seja, é como se estivéssemo sempre no "último nível".
E a primeira reacção quando se vê qualquer dos colossos pela primeira vez é: "Meu deus!" e depois: "Isto é impossível" e depois, quando ele vem atrás de nós: "Ai, mãezinha!!".
É muito curioso porque este jogo deve ser o primeiro a explorar o instinto básico que imagino esteja por trás de coisas como a tourada. É preciso ter tomates para nos chegarmos ao pé de um monstrego que nos pode fazer em fanicos a qualquer momento, trepar-lhe pela perna acima e espetar-lhe um palito (a nossa espada) no joelho. E sentirmo-nos os reis do mundo quando a coisa cai, faz tremer a terra e nós nos aguentámos lá em cima, agarrados a um pêlo.
Depois há a beleza visual do jogo. A música lindíssima. O nosso belo cavalo negro. A desesperada e nostálgica poesia da morte e da desolação.

Resumindo: é uma obra de arte. Definitivamente, jogos de computador podem ser - já são - obras de arte. Talvez até as mais fascinantes de todas porque podemos fazer parte delas.




http://www.shadowofthecolossus.com/
http://www.icothegame.com/

5 comentários:

Anónimo disse...

Oooooohhh!!! OOOOHHH!!!! Fiquei interessadíssimo!! Sabes se também há para PC???
Conheces o Morrowind? E o Fable?
Preciso absolutamente de voltar a viciar-me num jogo... ;)

Enoch

Venus as a boy disse...

Pois, pois... andas a jogar e depois não escreves... :p

Daniel J. Skråmestø disse...

Infelizmente o jogo só existe para Playstation2 porque é feito pela Sony.
Felizmente não conheço os jogos de que falas _ Eu tenho de me restringir a jogar 2 ou 3 jogos por ano porque não tenho tempo para mais.


Infelizmente, não sou escritor a tempo inteiro.
Felizmente, não sou escritor a tempo inteiro.

Venus as a boy disse...

estava a brincar ctg... apenas uma forma de dizer-te que gosto do que escreves e que estou sempre à espera de mais. mas desculpa, não volto a dizer o mesmo...

Daniel J. Skråmestø disse...

Eu sei, obrigado ;-)