segunda-feira, 19 de junho de 2006

directamente da gaveta

Sei que ela gosta de gatos, de flores, de coisas bonitas.
Sei que tem os caracóis de um anjo de Botticelli que brilham especialmente ao sol.
Sei que tem uma inocência limpa nos olhos e que um dia será capaz de amar para lá do razoável.
Soube que me tinha amado quando, sentados no miradouro, eu lhe disse que te amava. Vi-lhe nos olhos.
Sei também que antes de ela nascer, a mãe dela, doente, tinha decidido nunca mais ter filhos. E que uma cigana a tinha parado na rua e dito, estás grávida. E que ela se assustou porque não sabia. E que a cigana acrescentou, não temas porque tudo vai correr bem, para além do filho que já tens vai-te nascer uma filha que será como tua mãe, que vai cuidar de ti e que te vai dar amor quando precisares e que crescerá para além da sombra da tua vida e desabrochará quando o sol dela vier.
E sei que assim foi.
É isto que sei. Que mais queres saber?

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