O Kenneth Elvebakk afinal já não vem a Lisboa ao Festival Queer (vamos lá dar uma forçinha a ver se o nome pega) apresentar o seu documentário "Hullabaloo", o tal sobre a equipa gay de andebol. É uma pena, mas tem a boa desculpa de ter começado a filmar um novo documentário, desta vez sobre os Drag Kings da Noruega.
O Rahman Milani ganhou o prémio de melhor primeiro filme no festival gay e lésbico de Dublin com a sua longa metragem "Seahorses" de que já tinha falado aqui ha algum tempo.
Entretanto, os The Guys from the Caravan estão quase a acabar de gravar o primeiro album (produzido pelo Flak dos Rádio Macau) e o que já me mostraram deixou-me orgulhoso e motivado: viva a plasticina! A demo gratuita continua a poder ser baixada aqui.
Por enquanto, o filme do Antonio e do Gabriel, "Clandestinos", um thriller-drama-comédia, ainda não tem estreia marcada em Espanha. Mas pode ser que o recente cessar fogo da ETA e seus alugueres de carros em Portugal faça com que a estreia aconteça mais rapidamente. É que o filme é sobre terroristas da ETA... gays! Não é exactamente o Brokeback Mountain com terroristas em vez de caubóis, mas é refrescante ver a homosexualidade retratada fora dos clichés habituais.
Quanto a mim, para além de plasticina nas unhas, tenho verniz e tinta nas mãos e ando a brincar com Barbies...
terça-feira, 28 de agosto de 2007
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Festival Queer Lisboa - The Bubble
Sábado, dia 15 de Setembro - São Jorge 1, 22h00
Terça-feira, dia 18 de Setembro - São Jorge 1, 16h30
Hymn For the Fallen
Para o rapazito que disse que gostava de Dead Can Dance (e para outros maluquinhos 4AD que passam por aqui), a canção inédita que encerrava os concertos da digressão de 2005.
domingo, 26 de agosto de 2007
Eduardo Prado Coelho 1944-2007
É curioso pensar nos papéis que as pessoas representam nas nossas vidas. O Eduardo Prado Coelho era uma pessoa que eu não conhecia de todo e no entanto teve a grande gentileza de aparecer como guest star num episódio importante da minha vida.
Quando em 2003 a Dom Quixote se preparava para editar o "Olhos de cão" perguntaram-me quem é que eu gostaria que apresentasse o livro na sessão de lançamento. Como eu tinha estado a viver 4 anos fora de Portugal e também não conhecia ninguém ligado à intelectualia literária portuguesa (que aliás continuo a não conhecer, tirando talvez o Possidónio Cachapa que, curiosamente, me foi apresentado nessa altura por um amigo, precisamente como candidato à apresentação do livro) não me ocorreu qualquer nome. Foi aí que o Nelson de Matos, na altura director da Dom Quixote, sugeriu o Eduardo Prado Coelho. E eu lembro-me de pensar para com os meus botões: "Quem?!". Mas como o nome foi proferido com tanta reverência e até me soava vagamente famoso resolvi alinhar e deixar seguir o convite.
Nas semanas seguintes, cada vez que referia o seu nome aos meus amigos menos despassarados do que eu, fazia-se um pequeno silêncio reverencial antes de um "Ena pá!" impressionado.
Até hoje continuo sem ter a completa noção da influência e qualidades deste senhor (só li meia dúzia das suas crónicas) mas nunca o esquecerei e estarei sempre em dívida para com ele.
O nosso contacto verbal limitou-se a uns "boa-tarde" e "Adeus, muito obrigado" acompanhados de apertos de mão. No entanto, a apresentação crítica que fez do meu livro foi mais perfeita e precisa do que se eu tivesse escrito uma nota de intenções. Se o objectivo de um escritor é encontrar um leitor, naquele momento eu fiquei a saber que o Eduardo Prado Coelho tinha lido precisamente o mesmo livro que eu escrevi (ou quis escrever). Analisou a história e a estrutura ao pormenor e pôs os dedos em todas as minhas feridas. Até hoje é a única análise extensivamente lúcida do meu livro (para além da carta de rejeição que a Oficina do Livro me enviou).
Encontrar um leitor assim, capaz de analisar e compreender a nossa obra com tanta minúcia e inteligência e capaz também de verbalizar esse entendimento, é a maior dádiva que um escritor pode esperar.
Só voltei a cruzar-me com o Eduardo Prado Coelho passado um ano dessa apresentação, uma vez na rua. Disse-lhe boa tarde. Ele não me reconheceu e não respondeu. Não importa. Estou-lhe eternamente grato porque sei que contei todos os meus pecados a um sacerdote da letras portuguesas e fui absolvido.
Descanse em paz esteja onde estiver.
Quando em 2003 a Dom Quixote se preparava para editar o "Olhos de cão" perguntaram-me quem é que eu gostaria que apresentasse o livro na sessão de lançamento. Como eu tinha estado a viver 4 anos fora de Portugal e também não conhecia ninguém ligado à intelectualia literária portuguesa (que aliás continuo a não conhecer, tirando talvez o Possidónio Cachapa que, curiosamente, me foi apresentado nessa altura por um amigo, precisamente como candidato à apresentação do livro) não me ocorreu qualquer nome. Foi aí que o Nelson de Matos, na altura director da Dom Quixote, sugeriu o Eduardo Prado Coelho. E eu lembro-me de pensar para com os meus botões: "Quem?!". Mas como o nome foi proferido com tanta reverência e até me soava vagamente famoso resolvi alinhar e deixar seguir o convite.
Nas semanas seguintes, cada vez que referia o seu nome aos meus amigos menos despassarados do que eu, fazia-se um pequeno silêncio reverencial antes de um "Ena pá!" impressionado.
Até hoje continuo sem ter a completa noção da influência e qualidades deste senhor (só li meia dúzia das suas crónicas) mas nunca o esquecerei e estarei sempre em dívida para com ele.
O nosso contacto verbal limitou-se a uns "boa-tarde" e "Adeus, muito obrigado" acompanhados de apertos de mão. No entanto, a apresentação crítica que fez do meu livro foi mais perfeita e precisa do que se eu tivesse escrito uma nota de intenções. Se o objectivo de um escritor é encontrar um leitor, naquele momento eu fiquei a saber que o Eduardo Prado Coelho tinha lido precisamente o mesmo livro que eu escrevi (ou quis escrever). Analisou a história e a estrutura ao pormenor e pôs os dedos em todas as minhas feridas. Até hoje é a única análise extensivamente lúcida do meu livro (para além da carta de rejeição que a Oficina do Livro me enviou).
Encontrar um leitor assim, capaz de analisar e compreender a nossa obra com tanta minúcia e inteligência e capaz também de verbalizar esse entendimento, é a maior dádiva que um escritor pode esperar.
Só voltei a cruzar-me com o Eduardo Prado Coelho passado um ano dessa apresentação, uma vez na rua. Disse-lhe boa tarde. Ele não me reconheceu e não respondeu. Não importa. Estou-lhe eternamente grato porque sei que contei todos os meus pecados a um sacerdote da letras portuguesas e fui absolvido.
Descanse em paz esteja onde estiver.
sábado, 25 de agosto de 2007
Olhos de cão - A banda sonora!
Graças a todos estes novos gadjets internetico-bloguianos, eis a oportunidade de vos brindar com uma colecção de canções citadas directa ou indirectamente no livro "Olhos de cão". Olhando para isto até me assusto com o poder que a pimbalhada tem sobre o meu imaginário...
O meu especial destaque vai para "Rosa enjeitada" que é um faducho do melhorio (aqui na voz da formidável Hermínia Silva) e que qualquer português devia saber cantar tão bem como o hino nacional.
"Dom de iludir" não consegui arranjar na versão da Gal Costa, que é a que cito no livro, mas esta não está nada mal.
Não me consegui lembrar de qual é a canção da Marisa Monte em que ela canta a frase "O meu coração é um músculo involuntário e ele bate por você"... De qualquer maneira, ela aparece duas vezes no livro (a garganeira!) e por isso ficou bem representada na mesma.
Divirtam-se!
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Foz Coa
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Penedo Durao
Um dos sítios mais espantosos de Portugal é também um dos mais difíceis de achar. Não aparece em mapas e só há uma setinha a apontar para ele num cruzamento perdido nos confins da serra. Mas se forem a Freixo de Espada à Cinta perguntem pelo miradouro (onde literalmente se mira o Douro) do Penedo Durão e vão ver os grifos a voar.
(agradecimento especial ao César pela dica)
domingo, 19 de agosto de 2007
sábado, 18 de agosto de 2007
o aniversario
Ontem celebraram-se os 25 anos do CD. Os meus, coitadinhos, já passaram o aniversário no sotão.
Isso lembrou-me que todos os meus discos de vinil ainda estão "guardados" em casa de uma amiga ha quase 10 anos, desde o tempo da minha mudança para a Noruega. Sinto talvez saudades da capa do "Gone to Earth" do David Sylvian e de ouvir o primeiro disco da Pilar (que acho que nunca foi editado em CD) mas, em geral, não lhes sinto a falta. A música vive bem sem corpo e eu dispenso rituais.
Dos meus CDs, o que se tornará memorável? Talvez o que está autografado pelos Morphine, a edição limitada do concerto dos Dead Can Dance e a caixinha termo-sensivel dos Massive Attack. Mas são relíquias de memórias ligadas a pessoas e a momentos da minha vida. As outras boas memórias da música não estão ligadas ao seu suporte físico.
Isso lembrou-me que todos os meus discos de vinil ainda estão "guardados" em casa de uma amiga ha quase 10 anos, desde o tempo da minha mudança para a Noruega. Sinto talvez saudades da capa do "Gone to Earth" do David Sylvian e de ouvir o primeiro disco da Pilar (que acho que nunca foi editado em CD) mas, em geral, não lhes sinto a falta. A música vive bem sem corpo e eu dispenso rituais.
Dos meus CDs, o que se tornará memorável? Talvez o que está autografado pelos Morphine, a edição limitada do concerto dos Dead Can Dance e a caixinha termo-sensivel dos Massive Attack. Mas são relíquias de memórias ligadas a pessoas e a momentos da minha vida. As outras boas memórias da música não estão ligadas ao seu suporte físico.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Gloomy Sunday on a Wednesday
Hoje ao fazer limpezas ao iPod descobri que tinha o "Gloomy Sunday" cantado pela Billie Holiday, Bjork, Sinead O´connor e Diamanda Galas.
Em valor depressivo acrescentado pela interpretação ganha a senhora Galas, obviamente. No fim da canção imagino a Billie Holiday a fumar um cigarro, a Bjork sentada à janela a olhar para a neve durante 3 horas, a Sinead a emborcar uma garrafa de bourbon e a Diamanda a cortar os pulsos.
Em valor depressivo acrescentado pela interpretação ganha a senhora Galas, obviamente. No fim da canção imagino a Billie Holiday a fumar um cigarro, a Bjork sentada à janela a olhar para a neve durante 3 horas, a Sinead a emborcar uma garrafa de bourbon e a Diamanda a cortar os pulsos.
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Revoluçao tecnologica no lar
Há já algum tempo que tinhamos este plano: comprar um amplificador para o iPod e atirar com todos os CDs para o sotão.
Foi preciso cair uma nódoa no sofá, que fez com que as forras fossem a lavar, que fez com que encolhessem, que fez com que não servissem, que fez com que eu encomendasse umas novas noutra cor, que fez com que eu olhasse para a sala recomposta e decidisse que agora é que eu limpava a estante dos milhares de CDs e a passaria a usar para livros.
Assim foi.
Agora a sala até parece que pertence a gente intelectual e há menos cabos e plástico.
Depois de 5 anos a viver com o iPod, já estava na hora. Adeus CDs!
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
Trabalho de Fim de Semana
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Sugestao de Leitura
Foi finalmente editado em português (pela sempre atenta Saída de Emergência) o livro "As fogueiras de Deus" de Patrícia Anthony. Não se percebe como leva dez anos a chegar ao mercado português, mas enfim... mais vale tarde que nunca.
A capa e resumo da edição portuguesa parecem querer atirá-lo para o canto da ficção historica. A edição americana que tenho atira-o para a ficção científica com homenzinhos verdes (ou, neste caso, cinzentos). Cada editor lá sabe do seu mercado e ao fim e ao cabo esta história é quase daqueles monstros de sete cabeças e nenhum cavaleiro do marketing deve saber por onde lhe pegar.
Imaginem que no Portugal do séc. XVII, um padre da inquisição se vê confrontado com a queda de um ovni numa aldeola e que os dois extraterrestres sobreviventes dividem a opinião do povo. Serão anjos ou demónios? Devem ser reverenciados ou queimados na fogueira?
Com este insólito ponto de partida, que ao princípio é quase um episodio dos ficheiros secretos no séc XVII, a autora consegue uma bela fábula sobre a fé, a tolerância e o dever, e também uma crítica mordaz aos limites do conhecimento e à ilimitada estupidez humana.
Devia ser leitura obrigatória em aulas de escrita criativa em Portugal como exemplo de como construir uma história sólida e inteligente a partir de uma ideia improvável e quase ridícula.
E filme, ninguém faz?!
domingo, 5 de agosto de 2007
Uma Lady na mesa (de cabeceira)
Confesso que nunca tinha tido curiosidade de ler D. H. Lawrence até hoje ter posto as mãos nesta fenomenal edição da Penguin. A capa é um mimo e a introdução de Doris Lessing (uma das minhas Grandes-Referências-Literárias-Com-Vénia) é de uma lucidez entusiasmante. O osso da coisa será roído nos próximos dias.
sábado, 4 de agosto de 2007
As cadelas lesbicas
Um mini filme do meu amigo Kenneth, feito só porque sim.
(o documentário do Kenneth sobre uma equipa gay de andebol, "Hulabaloo", vai passar no festival gay e lésbico deste ano (14 a 22 de setembro, cinema São Jorge))
(o documentário do Kenneth sobre uma equipa gay de andebol, "Hulabaloo", vai passar no festival gay e lésbico deste ano (14 a 22 de setembro, cinema São Jorge))
tropa, futebol e talhos
Ontem devo ter tropeçado numa musa: a história que ando a escrever há um ano lá deu mais um solavanco em frente. Dou por mim a escrever sobre tropa, futebol e talhos. Acho que teria mais legitimidade para escrever sobre a vida em Marte... Oh musa traiçoeira!
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
Mais um pensamento de Verao
No verão, os pensamentos são visuais porque as palavras custam muito:
E para que não se contenta com o que a natureza dá:
DAIQUIRI DE MELANCIA
10 Cubos de melancia congelada (5cm de lado +-)
100 ml de Bacardi lemon (bacardi normal também resulta)
sumo de 1 lima
1 colher de chá de açucar em pó
Atirar para dentro da misturadora e dar ao botão até obter ambrósia divina.
E para que não se contenta com o que a natureza dá:
DAIQUIRI DE MELANCIA
10 Cubos de melancia congelada (5cm de lado +-)
100 ml de Bacardi lemon (bacardi normal também resulta)
sumo de 1 lima
1 colher de chá de açucar em pó
Atirar para dentro da misturadora e dar ao botão até obter ambrósia divina.
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
Dubrovnik
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