sábado, 30 de junho de 2007

O talento dos amigos


O filme "Seahorses" do meu amigo Rahman Milani, a sua primeira longa metragem, teve direito a uma muito positiva crítica no jornal Variety (link no titulo do post). Rebento de orgulho porque sei o quanto lhe custou fazer o filme. Dedos cruzados para que passe num festival em Portugal.
O filme conta a história de Mina, uma menina que, depois da morte da sua mãe, vai viver com o seu pai biológico Babak (interpretado pelo próprio Rahman) um iraniano gay, e o seu companheiro alemão Paul.

Mata e Esfola em: "Chili Chipotle"

sexta-feira, 29 de junho de 2007

ouvir os Eurythmics

Estas grandes compilações que nos permitem espreitar para os quintais, sotãos, caves e arrecadações de uma banda conseguem por vezes revelar-nos a sua verdadeira grandeza. Eu sempre tinha visto os Eurythmics como uma daquelas bandas em que só interessavam 3 músicas por album. E na verdade são. Mas os seus restos descartados têm um encanto de experimentalismo pop absolutamente surpreendente. Estou fascinado pelas versões de Satellite of love (Lou Reed), Fame (David Bowie), Hello I Love you (Doors), Come together (Beatles), Tous les Garçons et les filles (de gajo françês cujo nome não sei, pardon).
E as versões acústicas ao vivo são prova de que uma grande canção é sempre uma grande canção.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Recorte de Imprensa

Diana Schmertz, uma pintora nova-iorquina que dirige uma pequena revista de artes plásticas (Perfect 8) referiu o meu trabalho num artigo em que se interroga sobre o papel do modelo na interpretação da obra de arte. Podem ler o artigo clicando no título deste post e depois uma visita a www.dianaschmertz.com também é um momento bem passado.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Entre as malhas do sistema


Isto não é de modo nenhum uma queixa, mas algo de estranho se passou... Por motivos burocráticos sou obrigado a usar a loja norueguesa do iTunes em vez da portuguesa. Em termos práticos quer isto dizer que posso comprar mais música escandinava mas que com a história dos câmbios pago 10,4 euros por album em vez dos 9,9 euros que se paga em Portugal (mas podia ser pior - os ingleses pagam 14!). Hoje enquanto abanava a carola ao som de Sweet Dreams, o sempre atento iTunes lembrou-se de me recomendar a colectânea "Boxed" que inclui todos os singles dos excelentíssimos Eurythmics remasterizados, lados b, versões raras, versões ao vivo, remixes e o diabo a quatro. Um total de mais de 120 canções... pelo preço de um album normal!
10 euros por 120 canções - ou algum estagiário fez burrada a inserir o disco na loja ou os Eurythmics são uns tipos muito porreiros, amigos cá da malta.
Uma pesquisa pelas diferentes lojas iTunes mostra-me que esta colectânea não está disponível nem em Portugal nem nos EUA mas que o mesmo "erro" aconteceu por exemplo no UK e na Alemanha (onde aliás a pechincha é maior, a 9,9 euros). Quem gostar de Eurythmics e conseguir acesso às lojas iTunes que vendem esta caixa, aproveite. A caixa "real" na amazon custa cerca de 93 euros.
Oh, como eu gosto de uma pechincha!

UPDATE - ok, foi mesmo erro do sistema, hoje a loja do iTunes já tinha dado pela asneira e o preço foi actualizado de 80 coroas para 480! Já estou mesmo a ver a Annie Lennox a puxar as orelhas a alguém lá na Apple. O mundo é injusto, mas quer-me parecer que esta foi a primeira vez que foi injusto a meu favor. Acho que vou tricotar um cachecol para a Annie em compensação...

E para quem já se esqueceu de como os Eurythmics podiam ser geniais, aqui fica uma das suas grandes canções (e um dos seus videos mais ranhosos, mas enfim...)

The Mary Onettes

É sempre bom saber que houve gente que ouviu muito New Order e Echo and the bunnyman durante os anos 80. Pelo menos eu e os The Mary Onettes.
Soam tanto ao meu verão de 1989!

(link myspace no titulo do post)

segunda-feira, 25 de junho de 2007

ainda sobre Madrid

4 dias de mimo (que eu merecia).

Concerto do Rufus Wainwright - O album novo não me anima especialmente mas o homem está cada vez melhor ao vivo. Final transvestido e translumbrante. (As t-shirts da tourné eram bem giras, mas 25 euros?! O bilhete do concerto custava 20! porque raio tem de ser o recuerdo mais caro que a coisa em si? Ainda se fosse uma colcha ou um atoalhado...)

Cafés Starbucks - muito gosto eu dos frappucinos e dos moccas de chocolate branco. Ainda bem que não existem em Portugal!

Peça da autoria do amigo - ver post anterior

Paella da autoria do amigo - e eu nem gosto de lulas!... Mas calei-me, comi e gostei.

Museu do Prado - Viva a entrada grátis aos domingos. Uma rapidinha para (re)ver Ribera, Goya e Bosch (ou el bosco, para os monoliticos espanhóis que só sabem pôr plaquinhas e textos em castelhano)

Fnac - onde descobri as novas edições super-design de luxo da penguin que vêm dentro de umas caixinhas de acrílico que é para não se tocar na obra de arte. Babei-me todo com a edição de Crime e Castigo em papel kraft.

Esplanadas de sitios xungas - onde me roubaram 6 euros por uma coca-cola e uma água quando o que eu queria era só uma desculpa para usar a casa de banho e descansar as cruzes.

Chueca pride - Onde se atravessa a rua assim:


E um dos meus quadros encontrou um novo lar. Está bem entregue. Adios mi niño!

Porque querem os homens ser pais?


Lá faltei a mais um arraial e marcha, desta vez para ir a Madrid visitar amigos e ainda apanhar as últimas representações da peça escrita por um deles (Gabriel Olivares). "El dia del padre" é uma simples e despertenciosa comédia de situação mas tem a mais valia de pôr debaixo do microscópio (quase literalmente) a competitividade entre homens, o seu instinto paternal e a sua relação com o esperma (e formas de o obter e utilizar). É refrescante ver uma comédia que se debruça exclusivamente sobre o universo masculino e o desejo de paternidade.
Com muito orgulho (embora sem marcha) posso já anunciar que esta peça escrita pelo Gabriel foi comprada por um produtor português e provavelmente terá a sua estreia lisboeta no final deste ano no Teatro (ex-cinema) Mundial. Lembrem-se de ir - é divertimento garantido e nem precisam de deixar o cérebro em casa.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Em Dezembro


É claro que o filme não há-de ser melhor que o livro (que é uma obra prima) mas o filme tem o rabo do Daniel Craig que, mesmo só visto de relance por 1/4 de segundo e dentro de umas calças de sarja castanha neste trailer, steals the show por completo. Quem precisa de efeitos especiais?

segunda-feira, 18 de junho de 2007

4 estaçoes

http://www.hahakid.net/forallseasons/forallseasons.html

4 belos momentos de arte do computador. Vale a pena usar uns minutos a mexer nestes ambientes tipográficos.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Obrigado CML!

Numa altura em que toda a gente só consegue encontrar defeitos e problemas na CML aqui vai um post contra a corrente:

Não sei de quem é a responsabilidade, mas como morador de rua pitoresca em bairro tipico de Lisboa, gostaria de agradecer à CML por hoje às 7 da manhã a minha rua já estar varrida e lavada, sem qualquer rasto da noite de deboche alcoolico que o santo patrocina anualmente. É o primeiro ano em que nem sequer dei pelo mijo, vómito, garrafas partidas e amontoados de copos de plástico que normalmente ficam como lembrança de uma noite bem passada pelos milhares de cidadãos que vêm apreciar o que de melhor esta parte da cidade tem para oferecer.
Voltem sempre! (os senhores do lixo e da mangueira da CML)

PS- Já agora, não querem aproveitar essa pica toda para finalmente desentupirem as sarjetas da rua como deve ser?

segunda-feira, 11 de junho de 2007

A magia das cidades vazias

Lisboa
num fim de semana entre feriados. Sábado de manhã. Apenas os pássaros a gritarem para as pedras das calçadas antigas do bairro do castelo. Uma aragem fresca antes de um dia ardente como quem suspirasse antes de voltar a uma resignação antiga.

Berlim
a altas horas da noite num dia de semana. As largas avenidas mal iluminadas de tão largas que são. A sensação de que talvez nunca ninguém voltará a acordar, nem sequer o sol. E de que isso não importa lá muito.

Oslo
a primeira neve do ano a cobrir os passeios e as ruas, intocada por pneus ou sapatos. A noite transformada num grande segredo branco. O mais precioso e absoluto silêncio.

Oaxaca
o sol implacável do meio dia num rua lateral e proletária que parece não ir terminar nunca nem ter transversais. Seguir os cães na esperança de encontrar gente. Saber que não se pertence mas ser dono de tudo.

...

É bem provavel que só se conheça a verdadeira natureza de uma cidade quando a vemos despida dos seus habitantes.