Passou mais uma semana comigo soterrado em trabalho. De manhã não apetece sair da cama e os -10 graus e a neve intensa não ajudam. À noite caio no sofá e devoro séries de televisão com o jantar. Comprei meio quilo de carne de porco. Durou três refeições. A melhor foi a primeira, em que afoguei tudo num molho tailandês de tamarindo e amendoim.
Por causa do frio e da neve tenho ido de autocarro para o emprego, em vez de andar. Não gosto e o preço dos bilhetes aumentou outra vez.
Tenho de lavar o meu cachecol. Tenho outro mas não é tão fofinho como o que tenho usado todos os dias.
Estou a trabalhar este fim de semana também. Os dias começam a confundir-se. O resto do mês não prevê melhoras. Não é mau de todo, desaparecer nesta febre laboral. É bom colher os resultados. Pena que eu sinta o processo como uma construção solitária num mar de gente.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
podia ser um poema, mas não é
Continua a nevar.
Os dias são quase todos iguais.
Há pequenas alegrias.
Os dias são quase todos iguais.
Há pequenas alegrias.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
domingo, 14 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
as crises
Ao almoço, um colega no emprego pergunta-me como vai a crise em Portugal (como se eu soubesse!). Eu desvio a conversa para a crise na Venezuela, porque é muito pior do que em Portugal e me sinto mais à vontade para dissertar sobre coisas de que sei ainda menos. Ele também faz bom uso da sua ignorância e fala sobre a crise na Noruega (ele é escocês).
E depois, quando nos focamos em coisas mais práticas, como o trabalho que temos para fazer, tropeçamos num exemplo do nosso microcosmos em que a crise se poderia evitar se ao menos as pessoas fizessem o seu trabalho, tivessem uma consciência do dever. É talvez uma solução que se poderia aplicar a muitas crises em variadas escalas.
E depois, quando nos focamos em coisas mais práticas, como o trabalho que temos para fazer, tropeçamos num exemplo do nosso microcosmos em que a crise se poderia evitar se ao menos as pessoas fizessem o seu trabalho, tivessem uma consciência do dever. É talvez uma solução que se poderia aplicar a muitas crises em variadas escalas.
Branco de neve
Nunca tinha reparado que as palavras "neve" e "nevoeiro" eram tão semelhantes ate me encontrar (perder) completamente rodeado de branco.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Ouça lá, ó senhor cérebro...
Passei duas semanas em casa a recuperar de uma operação ao nariz.
(Descobri que não se pode dizer a ninguém que se fez uma operação ao nariz sem uma explicação mais detalhada, caso contrário julgam logo que o fomos pôr igual ao do Michael Jackson. Esclareço portanto que a minha penca continua na mesma grande e judaica, foi apenas uma correcção de desvio do septo.)
Julguei que duas semanas iam finalmente dar-me tempo de escrever umas coisinhas, desenferrujar a escrita, abrir as comportas da inspiração. Era desta que eu ia acabar o tal romance que parou a meio caminho e nunca mais se mexeu. Mas não.
Afinal andei só a gemer pela casa, não de dores (ah, belas drogas!) mas de um desconforto geral que não me deixava pregar olho mais de uns minutos seguidos. Um verdadeiro filme de zombie e eu como protagonista.
Ontem, mais capacitado cerebralmente, pregunto-me se não andarei a exagerar no saltitar de línguas. Passo os dias a ler e a falar inglês e norueguês. Dou por mim a sonhar em inglês, a contar as quantas conchas de sopa ponho no prato em norueguês...
Olho para este blog e torna-se óbvio como ando a descurar o meu exercício do Português escrito. Se a minha língua já tropeça nos dentes quando o falo, quando escrevo, é quase penoso andar à pesca no cérebro da palavra certa.
Tomo uma resolução de ano novo em Fevereiro: vou escrever mais aqui. É verdade que não tenho muito para dizer, mas pronto, é um pequeno esforço que só me pode fazer bem.
Ter um galo de barcelos em cima do frigorífico ou ouvir a Amália não é exercício suficiente de portuguesice. Estando longe percebemos como a língua nos condiciona os processos mentais. E eu estou a ficar, não exactamente ferrugento, mas lamacento. Consigo ser espirituoso com frases que misturam 3 linguas mas só tenho um par de amigos que me percebe. É um desperdício. Portanto um pequeno esforço, sr. cérebro, e pense em português, s.f.f.
(Descobri que não se pode dizer a ninguém que se fez uma operação ao nariz sem uma explicação mais detalhada, caso contrário julgam logo que o fomos pôr igual ao do Michael Jackson. Esclareço portanto que a minha penca continua na mesma grande e judaica, foi apenas uma correcção de desvio do septo.)
Julguei que duas semanas iam finalmente dar-me tempo de escrever umas coisinhas, desenferrujar a escrita, abrir as comportas da inspiração. Era desta que eu ia acabar o tal romance que parou a meio caminho e nunca mais se mexeu. Mas não.
Afinal andei só a gemer pela casa, não de dores (ah, belas drogas!) mas de um desconforto geral que não me deixava pregar olho mais de uns minutos seguidos. Um verdadeiro filme de zombie e eu como protagonista.
Ontem, mais capacitado cerebralmente, pregunto-me se não andarei a exagerar no saltitar de línguas. Passo os dias a ler e a falar inglês e norueguês. Dou por mim a sonhar em inglês, a contar as quantas conchas de sopa ponho no prato em norueguês...
Olho para este blog e torna-se óbvio como ando a descurar o meu exercício do Português escrito. Se a minha língua já tropeça nos dentes quando o falo, quando escrevo, é quase penoso andar à pesca no cérebro da palavra certa.
Tomo uma resolução de ano novo em Fevereiro: vou escrever mais aqui. É verdade que não tenho muito para dizer, mas pronto, é um pequeno esforço que só me pode fazer bem.
Ter um galo de barcelos em cima do frigorífico ou ouvir a Amália não é exercício suficiente de portuguesice. Estando longe percebemos como a língua nos condiciona os processos mentais. E eu estou a ficar, não exactamente ferrugento, mas lamacento. Consigo ser espirituoso com frases que misturam 3 linguas mas só tenho um par de amigos que me percebe. É um desperdício. Portanto um pequeno esforço, sr. cérebro, e pense em português, s.f.f.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Aquelas coisinhas que irritam
Já estamos habituados a tanta discriminação e estupidez em doses cavalares que julgamos que já temos a pele dura. Depois basta um grãozinho de areia e a irritação que cresce dentro de uma pessoa dá vontade de ir pôr uma bomba nalgum sítio ou pelo menos descobrir quem foram os idiotas que tiveram a ideia e cobri-los de sopapos.
Porque é que traduzem o título do filme "A single man" por "Um homem singular" em vez de "Um homem solteiro"?!! É precisamente o título que coloca o filme numa dimensão de mensagem gay activista. Porquê o medo? O raio da lei já foi aprovada e tudo! E sinceramente, aquele "singular" é insultuosamente discriminante.
A propósito, o filme é lindo e estreia em Portugal dia 18 de Fevereiro.
Porque é que traduzem o título do filme "A single man" por "Um homem singular" em vez de "Um homem solteiro"?!! É precisamente o título que coloca o filme numa dimensão de mensagem gay activista. Porquê o medo? O raio da lei já foi aprovada e tudo! E sinceramente, aquele "singular" é insultuosamente discriminante.
A propósito, o filme é lindo e estreia em Portugal dia 18 de Fevereiro.
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