segunda-feira, 3 de outubro de 2005

eu e a cultura

Tenho de admitir que tenho grandes problemas com a cultura chamada "erudita" contemporânea. Principalmente com a música e as artes plásticas (ah, e o teatro e a dança também de vez em quando, mas como vou menos a esses não me afecta tanto).

Este fim de semana fui a um concerto que eu já sabia que iria ser de pling plóing irritante e incompreensível, mas como um amigo meu ia tocar, lá fui eu dar uma forcinha. As "obras musicais" apresentadas eram bastante recentes e iam dos anos 80 até uma estreia mundial, mas para mim soou-me tudo ao que estas coisas costumam soar: uma flauta que guincha, um piano martelado, um xilofone que se toca com um arco de violino, etc... silêncios incómodos seguidos de barulheira ao máximo e fuga total à menor expressão de frases melódicas ou padrões ritmicos. Curioso é como estas coisas são um cliché de si mesmo.

Sinceramente não vejo relevancia na existencia de coisas destas. Para mim, entre passar uma hora a ouvir um concerto destes ou passar uma hora à espera de uma consulta no dentista é um sacrificio quase igual. Tempo de vida desperdiçado à espera que o pior passe e se possa continuar a vida como ela é.

E quando me ponho a pensar no que o futuro recordará da música das últimas décadas (as da minha vida), não me parece que sejam estas obras desumanas de que, admitamos, ninguém, no seu perfeito juízo, pode gostar. Arte é comunicação, não alienação do espectador.

2 comentários:

Anónimo disse...

Não sei como é que se pode falar daquili que não se percebe,O facto de se gostar de música tonal não quer dizer que obras escritas fora deste contexto nao sejam consideradas música.Evidentemente que dentro deste domínio haverá obras melhores do que outras, agora acho triste e patético falar-se de um asssunto que não se domina. É melhor ignporar-se determinado evento do que dizer asneiras pela boca fora.

Anónimo disse...

Inteiramente de acordo! Aliás, para quê falar do que não se gosta, são deveria haver tanta coisa de que se gostasse. Venham lá sugestões e deixe-se de olhar para os outros de cima!